Blog Clara Nunes: 2008

22 dezembro 2008

DVD Crítica-Mauro Ferreira

Resenha de DVD
Título: Clara Nunes-
Os Musicais do Fantástico das Décadas de 70 e 80
Artista: Clara Nunes
Gravadora: EMI Music/ Globo Marcas
Cotação: * * * *
Enfim, a imagem e o canto luminosos de Clara Nunes (1942 - 1983) já podem ser vistos e ouvidos em DVD. O primeiro DVD da cantora exibe 21 clipes gravados por essa mineira guerreira - entre 1974 e 1983 - para o programa Fantástico, apresentado pela TV Globo nas noites de domingo desde 1973. O período enfocado no DVD coincide com o auge artístico e comercial da cantora, projetada em escala nacional a partir de 1974 com o sucesso Conto de Areia - não por acaso, o primeiro clipe do DVD, no qual Clara Nunes aparece com o visual estilizado de baiana estampado na capa do LP Alvorecer (1974). São vídeos produzidos na era pré-MTV e, portanto, pioneiros na formatação de uma linguagem audiovisual até então inexistente na televisão brasileira, que somente ganhou cores a partir de 1972. Em quase todos os vídeos, Clara dubla as gravações do discos - as exceções são os clipes de À Flor da Pele e Oricuri (Segredos do Sertanejo), filmados ao vivo, com banda, em 1977 e em 1980, respectivamente - em estúdios ou em cenários naturais (praias, matas, cachoeiras) que acabam ficando repetitivos quando o espectador assiste na seqüência aos clipes de músicas como O Mar Serenou (1975), Coisa da Antiga (1977), Guerreira (1978), Banho de Manjericão (1979) e Na Linha do Mar (1979). Ainda assim, os 21 clipes conseguem montar belo painel da obra e da evolução de Clara Nunes na sua última década de vida. É fato que não há na seleção um clipe sequer extraído do repertório do álbum (Canto das Três Raças, 1976) que marcou a transição da cantora rumo a um universo rítmico mais abrangente. Em contrapartida, há o vídeo de 1975 em que, após recordar a importância de Ataulfo Alves (1909 - 1969) no começo de sua carreira, Clara dubla seu primeiro sucesso, Você Passa Eu Acho Graça, parceria de Ataulfo com Carlos Imperial (1935 - 1992).
É curioso notar como num dos últimos clipes gravados por Clara para o Fantástico - o de Nação, filmado em 1982 - já são perceptíveis algumas ousadias estilísticas na direção do vídeo (ligeiramente mutilado no DVD por não exibir os rostos de alguns bailarinos do clipe, certamente suprimidos por questões relativas a direitos de imagem). Mas o que salta na tela, por mais que a estética dos vídeos já tenha adquirido caráter kitsch, é a figura radiante de Clara Nunes. Tanto na abordagem do universo praieiro de Dorival Caymmi (É Doce Morrer no Mar, 1974), como no encontro majestoso com o grupo baiano Filhos de Gandhi (em Ijexá, último clipe de Clara, filmado no início de 1983, pouco antes da morte da cantora), ou ainda no dueto feito em 1979 com Adoniran Barbosa (1910 - 1982) para reviver Abrigo de Vagabundos, paira soberana na tela a imagem luminosa de uma intérprete que marcou época e, por isso mesmo, merecia que essa imagem chegasse ao mundo digital. Mesmo sem extras (a EMI cogitou incluir entrevista da cantora à jornalista Marília Gabriela, exibida no programa TV Mulher, mas a idéia não foi adiante), o DVD Clara Nunes tem um lugar de honra na videoteca brasileira.
Blog do Mauro Ferreira-Notas Musicais

21 dezembro 2008

Matéria Jornal Estado de Minas

FILHOS DA TERRA/CLARA NUNES
Eterno rastro de saudade
Cidade natal da 'morena de Angola' redescobriu recentemente a memória da cantora. Acervo artístico e cultural está sob a guarda da irmã Mariquita, à espera de memorial .
Maurício lara
Indalécio Wanderley/O Cruzeiro/Arquivo EM

PERFIL
Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, Clara Nunes, nasceu em 12 de agosto de 1942, em Caetanópolis, que, na época, se chamava Cedro e era distrito de Paraopeba. Era filha de Manuel Araújo e de Amélia Nunes Gonçalves. Órfã desde criança, foi criada pela irmã Mariquita. Antes de ser cantora, na adolescência, trabalhou dois anos como tecelã na fábrica da cidade. Muda-se para Belo Horizonte aos 16 anos, onde começou a carreira. Vai para o Rio em 1965 e logo grava o primeiro disco, cantando boleros, mas só conhece o sucesso em 1968, com o samba Você passa e eu acho graça, de Ataulfo Alves e Carlos Imperial. Foi casada com o compositor Paulo César Pinheiro, de quem gravou várias composições. No total, foram 16 discos. Clara morreu em 2 de abril de 1983, aos 40 anos, vítima de choque anafilático durante uma cirurgia de varizes. Caetanópolis, cidade de 9,5 mil habitantes a 100 quilômetros de Belo Horizonte, é considerada o berço da indústria têxtil brasileira por causa da Fábrica do Cedro, fundada em 1872 e em pleno funcionamento até hoje. O lugar se chamava Cedro e foi distrito de Paraopeba até a emancipação, em 1954. Fica na Região Central de Minas, às margens da BR 040, que liga BH a Brasília.
A irmã mais velha, Mariquita, cuidou da estrela e, agora, zela com muito carinho pelas boas lembranças que ela deixou
CAETANÓPOLIS -
Tudo que é necessário para formar um belo memorial está bem ao alcance da mão, na terra natal de Clara Nunes, a 100 quilômetros de Belo Horizonte, sob os cuidados da irmã, Maria Gonçalves da Silva, a Mariquita. O lugar para o memorial também está definido, num terreno bem ao lado da Creche Clara Nunes, que abriga 45 crianças. “Tenho idéia de erguê-lo ao lado da creche. Os meninos vão dar vida ao lugar.” Mariquita organizou tudo como pôde. Estão lá 140 peças de roupas, quase todas brancas, fotos, vídeos, correspondência, publicações, objetos pessoais, braceletes, colares e o acervo barroco, formado por peças com as quais Clara decorava sua casa. Há também uma radiola ABC (toca discos), de uso pessoal da cantora. Um conjunto precioso, guardado com cuidado, mas em lugar inadequado para a visitação. “É complicado cuidar do acervo, porque a família não foi herdeira dela. Somos modestos e lutamos com dificuldade para mantê-lo”, diz Mariquita. Uma recente parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) está permitindo a catalogação do material e a digitalização de fotos, vídeos, publicações e documentos. Agora, Mariquita guarda o acervo artístico e histórico, mas os cuidados dela com a caçula da família começaram muito antes. Clara perdeu o pai com menos de 2 anos e a mãe, aos 4. Foi a irmã, que Clara chamava de Dindinha, quem a criou. “Lá no Rio de Janeiro, ninguém me conhece por Mariquita, mas por Dindinha”, conta a madrinha, orgulhosa. O trabalho da irmã mais velha para preservar a memória da cantora era solitário até poucos anos. A atual administração municipal instalou a Casa de Cultura Clara Nunes e criou o Festival Cultural Clara Nunes, que teve este ano sua terceira edição. “Isso mexeu com a cidade. Precisou passar um tempo para Caetanópolis acordar”, avalia Mariquita. Fotos: Marcelo Sant'anna/EM/D.A press
Centro cultural é homenagem da cidade e a casa onde nasceu será reformada para abrigar projeto de apoio às crianças
Mexeu mesmo. A secretária municipal de Cultura, Adriana Ribeiro Caetano de Andrade, observa uma retomada de interesse da comunidade pela trajetória da conterrânea: “A gente está vendo um tanto de garotas e garotos interessados”. Durante o festival, além das atrações musicais, há parceria com as escolas para serem trabalhadas seis etapas da vida de Clara Nunes: infância, adolescência, mudança para a capital, sucesso, discografia e a morte prematura. “O objetivo é não deixar o mito Clara Nunes se perder. Queremos que a memória seja reativada, principalmente entre os mais jovens, que não a conheceram”, explica Adriana Andrade. O Centro Cultural está instalado no prédio em que funcionava o cinema, primeiro palco em que a cantora se apresentou, ainda criança. Outro avanço foi a retomada e o tombamento, pela prefeitura, da casa em que Clara Nunes nasceu, em frente do hospital municipal. Depois de reformado, o imóvel deverá abrigar um projeto de apoio às crianças. Mesmo quando estava no auge do sucesso, Clara nunca deixou de visitar a família e os conterrâneos. Sempre passava o Natal na casa de Mariquita e, no último deles, poucos meses antes da morte, revelou o desejo de abrir uma creche. “Ela tinha muita frustração por não ter tido filhos. Resolvemos fazer a creche para homenageá-la”, lembra a irmã mais velha. “Essa creche a irmã fez por vontade dela. A gente fica agradecida e tem muito orgulho por ela ter nascido aqui”, testemunha Raquel Mariz Inocente, que tem um filho de 5 anos na instituição. Fotos: Marcelo Sant'anna/EM/D.A press
A funcionária pública Miriam Aparecida Aguiar Bravo, de 40, conta que Clara era amiga de infância da mãe dela. “Eu era pequena, mas a gente ia vê-la. Lembro-me de que ela era muito vaidosa e carismática. Eu a via como uma pessoa importante e ficava impressionada”, lembra. O momento atual, de maior culto à memória de Clara Nunes, alegra a conterrânea, que diz guardar “ótimas recordações” das visitas da cantora à cidade: “Uma pessoa tão famosa, que recebia a gente com carinho”.
PSICOGRAFIA
Mariquita lamenta que a conscientização sobre a importância da irmã para Caetanópolis tenha demorado. “A cidade em que a gente nasce nos vê como uma pessoa comum. Precisou passar um tempo para que acordasse”, diz, reconhecendo que a situação está mudando. “O acervo não é meu. Se a cidade abraçar o projeto, ele vai pertencer a Caetanópolis”, anuncia a Dindinha de Clara Nunes. Nenhuma temporada de Clara Nunes terminava sem que Mariquita assistisse a pelo menos um show. No último, intitulado Clara Mestiça, no teatro que tinha o nome da cantora, ela ralhou com a irmã mais nova dizendo que estava com dó dela por causa do esforço, e que não era necessário “se matar” daquele jeito no palco. A reação foi vigorosa: “Não gostei quando você falou que estava com dó de mim porque eu estava suando muito. Ponha na sua cabeça que eu vim a este mundo para cantar”. Mariquita lembra da fala de Clara e também que ela cantava desde os 4 anos. Logo depois da morte de Clara, a irmã, que é espírita, procurou o médium Chico Xavier, que psicografou a seguinte mensagem: “A cigarra, às vezes, canta com tanta persistência em favor de Deus e da natureza que se perde das cordas que lhe coordenam a cantiga, caindo ao chão desencantada. E o meu coração da vida física não suportou a extensão das melodias que me faziam viver”.
A mensagem, conta Mariquita, foi muito gratificante e trouxe alívio. “Clara não cantava para ganhar dinheiro. Amou a música mais que tudo, como amou a vida.” É por isso que, no entendimento de Mariquita, sua missão com a irmã ainda não terminou. “Minha missão com ela vai mais longe ainda. Temos que fazer o memorial”, avisa.

Jornal Estado de Minas

16 dezembro 2008

Dvd

Chegou DVD Clara Nunes!
Que venham outros!!!
Clara em "À flor da pele"
Clara em "Como é grande e bonita a natureza"
Clara em "A Deusa dos Orixás"
Fotos imagens capturadas do DVD por: Dido Borges- PE

15 dezembro 2008

Matéria Jornal do Brasil -DVD Clara Nunes

"É impressionante como ela (Clara) não esmorece..."
DVD recupera especiais da cantora Clara Nunes para o 'Fantástico' Luiz Felipe Reis , Jornal do Brasil
RIO - Há 25 anos, Clara Nunes deixava órfã uma legião de fãs. Daqueles acostumados a pregar os olhos hipnotizados na tela da TV aos domingos, quando sua imagem rompia o Fantástico. Esperavam, ansiosos, o momento de apreciar a imponência de sua voz e o colorido de seus trajes e adornos. Se a música da mineira que abraçou o samba – e se tornou, ao lado de Beth Carvalho, baluarte do gênero mais popular do país – permanece intacta, a imagem de musa-guerreira andava meio apagada. Tão forte quanto suas canções, seus vídeos agora são redescobertos com o lançamento do DVD Clara Nunes – Os musicais do Fantástico das décadas de 70/80, o primeiro registro audiovisual de toda a sua carreira – nas lojas a partir desta semana. Nele são reunidas 21 gravações especiais realizadas para o programa de maior audiência da TV Globo, incluindo canções de sucesso como Conto de areia (Romildo e Toninho), O mar serenou (Candeia), Guerreira (Paulo César Pinheiro e João Nogueira), Na linha do mar (Paulinho da Viola) e Nação (Aldir Blanc, Paulo Emílio e João Bosco). Reza a lenda que, quando a emissora precisava de bons índices de audiência, era a Clara a quem costumavam recorrer. Sobretudo na década de 70, período em que as adversidades dos anos de chumbo da ditadura militar impeliam e desafiavam emissoras a encontrarem novos rumos para a programação. Clara encabeçava o ranking de artistas na predileção dos diretores da grande mídia. Era convocada para amenizar a noite e aliviar a dor em horário nobre. Assumia, assim, o posto de estrela de TV. – Foi a recordista de gravações para o Fantástico. Além do seu enorme talento, era uma mulher linda, de personalidade teatral e acessível. Era humilde e topava qualquer viagem, por isso todos os diretores ficavam loucos para gravar com ela – recorda José Itamar de Freitas, ex-diretor geral do Fantástico, que passou 14 anos à frente dos quadros de reportagem, humor e shows. – Numa época em que ficávamos a mercê dos censores, ela levantava o astral da população. Linda e sexy, tornou-se cada vez mais querida pelo grande público. Inicialmente previsto para ser lançado em abril, mês de aniversário da sua morte, o DVD – que vem acompanhado de textos do biógrafo da cantora, o jornalista Vagner Fernandes, editor do JB Online – conta a história de Clara de 1974 a 1983, cobrindo nove de seus 16 álbuns lançados.
Por tabela, documenta também parte dos caminhos traçados pelo vídeoclipe no país. A cada canção, evolui a artista, a captação das imagens, a mudança das cores, trajes e concepções estéticas. Uma viagem no tempo. Com áudio remasterizado e recuperado de algumas falhas, o DVD se pretende um apanhado histórico do progresso da meteórica carreira da artista, que se recusa a desaparecer do imaginário de seus fidelíssimos fãs.
– É impressionante como ela não esmorece – constata o coordenador geral do projeto, Luiz Garcia, que estima vendas em torno de 30 mil cópias.
– Seu mito ganha força e brilho, pois conta com um fã clube ativo até hoje. Valeu penar durante um ano inteiro em busca de autorizações e recuperar artesanalmente os arquivos de vídeo.
Nascida em 1942, numa família de classe operária na cidade mineira de Cedro (atual Caetanópolis), Clara Francisca Gonçalves se tornou a jovem Clara Nunes após chegar ao Rio, orfã de pai e mãe. Tentou diversos caminhos profissionais, de cantora de boleros a investidas jovem-guardistas. Atuou como crooner em Belo Horizonte. Mas foi com a ajuda do radialista Adelzon Alves e do compositor Ataulfo Alves que vislumbrou uma brecha: desde Carmem Miranda não havia outra cantora que evocasse uma africanidade tão marcante. Surge a sambista ligada ao candomblé e a diversas outras crenças, que se consagra como respeitada intérprete da MPB. Dona de voz, figurinos e coreografias marcantes que sedimentam a estética afro-brasileira na televisão. – Aos olhos de hoje, trazer toda a mística do espiritismo, da umbanda e do candomblé como fator de audiência é impensável, por conta da força de outras crenças. Quando a Globo queria elevar o Ibope trazia Clara à frente da tela – confirma Garcia. Sincretismo religioso em forma de artista, a filha de Angola, Keto e Nagô, que não era de brincadeira e nem temia quebrantos por ser guerreira, teve sua trajetória interrompida prematuramente aos 40 anos, em 1983, após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de varizes. Fatalidade que impediu a evolução da parceria musical entre a cantora e o compositor João Bosco, artista mineiros e que tinham muitas histórias em comum:
– Nos conhecemos e nos tornamos próximos musicalmente no fim da década de 70. Nação foi a primeira e a única de uma série de canções que planejávamos gravar – recorda Bosco. – O que me entristece demais é que nos descobrimos tarde. Todo início de relação é intenso e a nossa parceria compositor/intérprete foi interrompida brutalmente. Fico feliz em ver que essa música se tornou um dos seus maiores sucessos e serviu como título do seu último trabalho.

Clara alimentava uma ligação forte com as esperanças populares. Estava envolvida com o samba dos morros cariocas e com as crenças dos seus habitantes. Exercia um poder de magia que se alinhava às expectativas da época. Seu poder de comunicação a transformou em mito.
– Observo em jovens intérpretes a influência de Clara. E, entre elas, percebo a dimensão do seu mito, pois as ouço conversando sobre seus discos Até hoje não surgiu alguém que pudesse preencher esta lacuna. O que atrai a curiosidade e gera a vontade de estabelecer contato com a sua linhagem – acredita Bosco.

11 dezembro 2008

Enfim, o DVD Clara Nunes!

Os milhares e saudosos fãs de Clara Nunes já podem comemorar:
está chegando às lojas semana que vem o primeiro DVD de uma das cantoras mais carismáticas da MPB.

Terminados os processos de recuperação de áudio e video, o precioso material pertencente aos arquivos do Programa Fantástico, da TV Globo (Globo Marcas), ganham vida nova nesse DVD, que já chega ao mercado como item de colecionador. Por cerca de dez anos, as noites de domingo da TV Globo ganhavam um colorido especial quando Clara Nunes surgia luminosa no Fantástico. Clara encabeçava o ranking de artistas na predileção da grande mídia. Era convocada para amenizar a noite e aliviar a dor em uma missão de incomensurável beleza. Em dia e horário nobres, Clara ratificava o posto de estrela em cada aparição.. No DVD estão reunidos os principais videoclipes que Clara Nunes fez para o Fantástico; registros singulares da curta, porém prodigiosa carreira da cantora, que morreu há 25 anos.
Sucessos como "Canto de areia", "Portela na Avenida", "O Mar Serenou", "Macunaíma", "Nação" e "Guerreira" fazem parte da seleção de clipes, feitos num período em que não havia efeitos especiais ou recursos tecnológicos. Ainda assim, ela conseguia saltar da tela da TV e preencher as salas de estar dos milhões de admiradores que a assistiam...
Clara Nunes está de volta nesse DVD, linda e radiante, com suas inúmeras pulseiras de prata, patuás e vestidos brancos. A tal mineira, que batia no peito e enfatizava não temer quebrantos porque era guerreira, ressurge com lanças em punho, provando ainda ser vitoriosa nas batalhas do cotidiano, pois que seu legado permanece, ainda hoje, absolutamente atemporal.

05 dezembro 2008

25 anos...

O ano de 2008 lembra os 25 anos que Clara Nunes saiu de cena!
No entanto as homenagens foram poucas.
A EMI, gravadora onde Clara deixou uma obra
de 16 discos, ainda não disponibilizou no mercado toda
a coleção como anunciado no início do ano.
Portanto, houve dois lançamentos de cds, um da EMI (Clara Nunes-Sempre)
e pela Biscoito Fino, o cd "Poeta,moça,violão" do show homônimo gravado em Salvador com Vinícius de Moraes e Toquinho.
O especial da Globo "Por toda a minha vida" não chegou ir ao ar,
pelo menos neste ano.
A notícia boa , ao que tudo indica, é que haverá sim o lançamento
do primeiro DVD com imagens de clipes do Fantástico a ser lançado
ainda neste mês de dezembro.
Vamos aguardar!

03 dezembro 2008

Dia Nacional do Samba

2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba
Sabe por que o Dia Nacional do Samba cai em dois de dezembro? Não, não é a data de nascimento de Tia Ciata. Também não é quando gravaram "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael Silva e os bambas do Estácio fundaram a Deixa Falar. O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso "Na Baixa do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Salvador pela primeira vez. Engraçado, não? A festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional.
Fonte:www.samba-choro.com.br

24 novembro 2008

Troféu

Eis o Troféu Clara Nunes da cidade
de Osasco-SP para o Carnaval 2009.
Este,acima, saiu para a Escola Pavão de Osasco,
prêmio de revelação para o intérprete Leonardo Moreira.

22 novembro 2008

CD Clara Nunes:Sempre!

Clara Nunes: cantora com alma Para Sempre, Clara Nunes (Som Livre)
Cantora mineira que morreu em 2 de abril de 1983, por causa de complicações numa cirurgia para retirada de varizes, Clara Nunes pertencia a uma classe rara de intérpretes brasileiras. Cantava com a alma um repertório que ia do samba-canção ao afoxé – sem nunca fazer pose de diva como as atuais cantoras "ecléticas". A compilação Para Sempre dá apenas um gostinho do enorme talento de Clara. Faltam, por exemplo, as canções de Nelson Cavaquinho, compositor cujo repertório se destacou na carreira da artista. Em compensação, estão ali sucessos radiofônicos como O Mar Serenou e Morena de Angola. Como a EMI, companhia pela qual Clara Nunes lançou todos os seus discos, não se dignou a recolocar seus álbuns em catálogo, essa compilação vem a calhar. (Revista Veja)

13 novembro 2008

Caricatura

O Blog recebeu esta bela caricatura de Clara Nunes feita pelo
paulista Orlando Alves,artista que aceita encomenda pelo e-mail: orlandocartoon@yahoo.com.br.

12 novembro 2008

Crônica

Clementina de Jesus, Hermínio Bello de Carvalho,
Clara Nunes e Paulinho da Viola.
Foto: Editora Edições de Ouro-Google book
Crônica de 2001 no site do acervo Hermínio Bello de Carvalho
Clara Nunes

Início de carreira, Clara começava a despontar. Musicalíssima, voz extremamente bonita, confessava que seu modelo artístico era o da Divina Elizeth, que, muitos anos depois, seria madrinha de sua união matrimonial com o maravilhoso letrista Paulo César Pinheiro. Estávamos todos hospedados no Normandie de São Paulo, hotel cativado pela TV Record para os artistas de fora. Vou para o apartamento de Linda Batista, peço a Aracy de Almeida que me apanhe lá (Denner viria pegar-nos para uma esbórnia noturna pela Paulicéia) e o encontro das velhas colegas de rádio deságua numa cantação de sucessos, Araca lembrando tangos antológicos – dá para imaginar? – e Linda embarcando de Lupicínio.
Isso me anima a chamar Clarinha: “Clara, vem pra cá!” Os uísques desciam fartos, tanto quanto as lágrimas que eu e Clarinha derramávamos de emoção, até que avisam que Denner já nos esperava à porta do hotel em seu suntuoso Cadillac. Convido Clara para nos acompanhar (Linda tinha outros compromissos). Clarinha, claro, não era de dizer não a essas esbórnias, e além do mais estávamos todos triscados.
E lá foi ela retocar maquiagem, ajeitar os cabelos (que eram fartos, farfalhantes, maravilhosos), uma cabeça espaventosa, enfim. Araca, ciumenta e exclusivista, demonstrou que lhe desagradara o convite, feito à sua revelia. Quando Clarinha finalmente chegou ao carro, Araca destilou seu veneno mais letal:

– Clarinha, meu amor, você está linda assim. Mas não dá pra arriar um pouco essa capota e jogar fora essa peruquinha cafona? A reação de Clara (ainda desacostumada a dizer palavrão) foi inusitada: – Aracy, vai tomar... vai tomar... vai tomar... no seu botão! E, claro, incontinenti, voltou pro hotel. Dona da situação, Araca ordena: – Eu adoro a Clarinha. Vamos embora, Bello Hermínio?
Acervo online de Hermínio Bello de Carvalho

07 novembro 2008

Troféu Imprensa

Fotos, fonte: mercadolivre.com
Clara Nunes recebendo Troféu Imprensa de 1976 no Programa
Silvio Santos, na época Tv Globo. Durante os anos 70 Clara foi recordista
também do Troféu Imprensa: foi consagrada melhor cantora
nos anos 1974 - 1975 -1976 .

"Eu acho que todo troféu é muito importante na vida de um artista,
não só do artista como todas as pessoas".(Clara )

29 outubro 2008

Primeiro DVD de Clara já está no forno da EMI

Anunciado pela EMI Music em abril de 2008, o primeiro DVD de Clara Nunes (1942 - 1983) já está, enfim, no forno da gravadora e - salvo algum imprevisto - chega às lojas até o fim do ano com a reunião de 21 clipes gravados pela cantora entre 1973 e 1983 para o programa Fantástico, apresentado pela Rede Globo aos domingos. A idéia inicial da gravadora era exibir nos extras do DVD a entrevista concedida por Clara ao programa TV Mulher - então comandado pela jornalista Marília Gabriela na emissora carioca - em 19 de janeiro de 1982, data da morte de Elis Regina (1945 - 1982). No entanto, tudo indica que o DVD vai para as lojas somente com os 21 vídeos:
1. Conto de Areia
2. É Doce Morrer no Mar - com Dario Lopes
3. Você Passa Eu Acho Graça
4. Macunaíma
5.A Deusa dos Orixás
6. O Mar Serenou
7. Coisa da Antiga
8. À Flor da Pele
9. Sagarana
10. Guerreira
11. Banho de Manjericão
12. Na Linha do Mar
13. Abrigo de Vagabundos - com Adoniran Barbosa
14. Feira de Mangaio - com Sivuca
15. Viola de Penedo
16. Morena de Angola
17. Oricuri (Segredos do Sertanejo)
18. Portela na Avenida
19. Como É Grande e Bonita a Natureza
20. Nação
21. Ijexá - com Filhos de Gandhi
Fonte: Blog do Mauro Ferreira- Notas Musicais

25 outubro 2008

Dvd sai em novembro

foto: Revista Vida Simples
DVD com clipes de Clara Nunes chegam às lojas em novembro Mauro Ferreira(Jornal O Dia)
Rio - Nas lojas no fim de novembro, o primeiro DVD de Clara Nunes (1943 - 1983) rebobina 21 clipes gravados pela cantora entre 1973 e 1983 para o programa ‘Fantástico’, da TV Globo. A seleção inclui vídeos de músicas nunca associadas a Clara, casos de ‘Sagarana’ e ‘Oricuri (Segredos do Sertanejo’). Adoniran Barbosa (1910 - 1982) participa do vídeo de ‘Abrigo de Vagabundos’. Sivuca (1930 - 2006) aparece em ‘Feira de Mangaio’. Contudo, alguns clipes tiveram de ser editados para o DVD, já que muitos contavam com figurantes não localizados. Nos extras, a idéia (abortada) era incluir entrevista dada por Clara ao programa ‘TV Mulher’ em janeiro de 1982.
Fonte: O Dia Online(enviada para o blog por Eliane Lorenzo)

21 outubro 2008

Perdão- um clássico !

Perdão
(Paulo César Pinheiro - Maurício Tapajós - Mauro Duarte)
Ai. perdão, venha ao encontro de mim
Já ando necessitado, de também ser perdoado
para dar perdão no fim, Ai perdão...
Nesse mundo todo mundo erra,
Jesus cristo quando andou na terra,
não errou mas foi sacrificado,
e clamou por todos nós, Perdão.
E eu vou tentar ser assim
Pois perdoando o pecado,
eu posso ser perdoado
Se sobrar perdão pra mim.
Ai, mas se sobrar,
se sobrar perdão pra mim.

17 outubro 2008

100 de Cartola!

Cartola e ClaraO Blog também homenageia os 100 anos de Cartola,
nascido em 11/10/1908 no Rio de Janeiro.
Foi um dos sambistas que compunham a velha-guarda da escola de samba Mangueira, sendo considerado o responsável tanto pela escolha do nome, como das cores adotadas pela Escola (verde e rosa).
Clara registrou em lp dois momentos: em 1972 "Alvorada no morro"(Cartola-Hermínio Bello de Carvalho-Carlos Cachaça) e em 1975 "Que sejas bem feliz" até então gravação única e exclusiva.

11 outubro 2008

DVD sai ou não sai?

Em homenagem à Clara Nunes, a gravadora EMI anunciou em maio deste ano o lançamento de um DVD contendo 21 videoclipes gravados na década de 1970 e exibidos originalmente no programa Fantástico, da Rede Globo.
Este seria o primeiro lançamento oficial em DVD da cantora e lembra os 25 anos da morte de Clara .A mineira faleceu em abril de 1983. O DVD traz clássicos como “Contos de Areia”, “Guerreira”, “Nação”, “Como é Grande e Bonita a Natureza” e “Morena de Angola”.
Enquanto isso os 25 anos passam sem um produto audio-visual para os fãs...
Fala-se na dificuldade de autorização dos direitos autorais dessas imagens.
Vamos esperar !
clipe da música "Ijexá"
no programa Tv Mulher-Globo
com Marília Gabriela - Tv Globo

07 outubro 2008

Prefeitura de Caetanópolis

A Casa de Cultura Clara Nunes, em Caetanópolis,
obra finalizada com recursos da lei de incentivo
de Minas Gerais e projeto da administração do
atual prefeito reeleito.
foto: prefeito Romário Vicente e Adriana Andrade.
O blog parabeniza a vitória expressiva do Prefeito de Caetanópolis Romário Vicente, que se reelege com mais da metade dos votos do município! É sem dúvida, resultado do belo trabalho na cidade nesses anos. Ficamos felizes em saber que a atual administração continuará com o Festival Clara Nunes, que já se tornou no calendário cultural
da cidade uma marca do prefeito e da Secretária de Cultura: Adriana Andrade. Boa sorte à todos!

19 setembro 2008

Clara Sempre!

Nova coletânea de Clara traz os hits de sempre
Enquanto não é lançado o DVD anunciado pela gravadora EMI Music com a reunião de clipes gravados por Clara Nunes (1942 - 1983) para o programa Fantástico, a Som Livre põe nas lojas mais uma coletânea da Guerreira, na série Sempre. Aliás, um título até apropriado sob todos os aspectos, pois a compilação revive os sucessos de sempre. Esta é a seleção da coletânea Clara Nunes Sempre:
1. Juízo Final (1975)
2. Coração Leviano (1977)
3. Morena de Angola (1980)
4. Ê Baiana (1971)
5. O Mar Serenou (1975)
6. Feira de Mangaio (1979)
7. Nação (1982)
8. Conto de Areia (1974)
9. Canto das Três Raças (1976)
10. Portela na Avenida (1981)
11. Tristeza Pé no Chão (1973)
12. Menino Deus (1974)
13. As Forças da Natureza (1977)
14. Na Linha do Mar (1979)

11 setembro 2008

Curiosidade

Foto usada para capa de disco póstumo.
Revista Fatos e Fotos Poster Divulgação da Gravadora Emi.
Clara usava-o para autografar durante final
de show e viajens no ano de 1975.

05 setembro 2008

Vídeos inéditos

Três novos vídeos foram incluídos no site Jovem Pan.
Antes do anunciado DVD a ser lançado pela Globo Marcas estão sendo disponibilizadas na net várias imagens de clipes gravados ao longo de sua carreira,programas de tv, entrevistas, etc. Para os fãs uma saída:
assistir na net por enquanto...
Veja abaixo clicando no link do site.

"Na linha do mar"

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02 setembro 2008

Lançamento: CD histórico

“Poeta, Moça e Violão” registra show de Vinicius de Moraes, Clara Nunes e Toquinho
O belo e o estranho casados em CD de valor histórico
Daniel Barbosa(Jornal O Tempo)
01/09/2008

Num primeiro momento, o que se impõe falar sobre "Poeta, Moça e Violão" - álbum que registra uma série de shows realizados em 1973, que reuniram Vinicius de Moraes, Toquinho e Clara Nunes - é de seu valor histórico.Com efeito, trata-se de um material que por muito pouco não se perde. A série de shows "Poeta, Moça e Violão" foi gravada em fitas cassete, sem qualquer tipo de preocupação com um registro profissional ou posterior lançamento em disco. Essas fitas ficaram guardadas por 35 anos com Paulo César Pinheiro, marido de Clara, que, depois de tanto tempo, resolveu cedê-las para o produtor José Milton.Para recuperar o material gravado de maneira a torná-lo minimamente apto ao lançamento em CD foi empregada vasta aparelhagem analógica e digital, além de programas de computador criados especificamente para restauração das músicas. Entende-se, pois, o valor histórico dessa empreitada. Mas o resultado vai além disso. Ao longo das 17 faixas que se conseguiu recuperar (16 delas são assinadas por Vinicius, sozinho ou com parceiros diversos, de Pixinguinha ao próprio Toquinho), o que se ouve e o universo em que se mergulha é o da beleza e o da estranheza, combinados de maneira harmônica.
A beleza está na própria obra, em músicas de pungência superlativa, como "Serenata do Adeus" ou "Poema dos Olhos da Amada", e também em sambas vivazes, como "A Felicidade" ou "Como Dizia o Poeta". Também está na exuberância da voz de Clara e do violão de Toquinho. A qualidade da gravação é irregular, há claras diferenças de registro entre uma faixa e outra e é possível perceber timbres e texturas que parecem vir do além, que não estão em consonância com os arranjos econômicos das músicas. Curiosamente, isso não é um problema.Pelo contrário, reside aí a porção de estranheza, que não deixa de ser instigante. É como se a parafernália usada apenas para o bom restauro da obra tivesse extrapolado essa função primeira e criado um ambiente sonoro paralelo. Em suma, é possível captar naquilo que se supõe deficiência algumas sutilezas que ampliam a percepção auditiva.
Agenda:Poeta, Moça e violão", de Vinicius de Moraes, Clara Nunes e Toquinho. Lançamento Biscoito Fino. R$ 22, em média. "Poeta, Moça e Violão"
Destaques do repertório
"Serenata do Adeus" "Rancho das Flores" "Lamento" "Rancho das Namoradas" "Poema dos Olhos da Amada" "Samba em Prelúdio" "Samba de Orly" "Cotidiano nº 2" "Regra Três" "Como Dizia o Poeta"
Repertório. Vinicius de Moraes é o autor de praticamente todas as faixas
recuperadas e reunidas no CD 'Poeta, Moça e Violão'

Nova coletânea

A Som Livre prepara lançamento de nova coletânea: Clara Nunes Sempre!
O CD estará a venda à partir de setembro. No ano que se lembra os 25 anos
de ausência de Clara, ainda esperamos o tão anunciado DVD com imagens
da Globo.

19 agosto 2008

No blog-vídeo

Confira parte do musical em homenagem a Luiz Gonzaga, reunindo grandes nomes da música popular; Clara Nunes,João Bosco, Altamiro Carrilho, Valdir Azevedo, Geraldo Vespário, Regional e Caçulinha. Programa Fantástico de março / 1976.