Blog Clara Nunes: maio 2008

28 maio 2008

3º Festival confirmado

lll Festival Clara Nunes -Caetanópolis- MG
A Secretaria Municipal de Cultura de Caetanópolis-MG, terra natal de Clara Nunes, fará realizar o lll FESTIVAL CULTURAL CLARA NUNES, no período de 09 a 17 de agosto de 2008.

O Festival Cultural Clara Nunes tem por objetivo apresentar para a nova geração de Caetanópolis e cidades circunvizinhas o mito Clara Nunes, sua vida, sua arte e sua importância no cenário musical brasileiro, trabalhando a cultura da terra,dando a oportunidade aos jovens de mostrarem seus talentos na música, teatro, dança e artes plásticas. E claro, o tema principal é sempre Clara Nunes!
A Prefeitura Municipal confirma a realização do terceiro ano e breve disponibilizará a programação completa. A cidade fica em festa durante a semana e recebe turistas de todo o Brasil. É uma boa oportunidade para conhecer de perto a cidade natal e os costumes típicos do povo e da mineira Clara Nunes. Acompanhe aqui no blog o roteiro 2008.
Homenagem
Em sua homenagem, seu nome também foi dado a:
Teatro Clara Nunes – Diadema/SP
Teatro Clara Nunes – Rio de Janeiro/RJ
Teatro Clara Nunes – Belo Horizonte/MG
Creche Clara Nunes – Caetanópolis/MG
Creche Clara Nunes-Guarulhos-SP
Festival Cultural Clara Nunes – Caetanópolis/MG
Centro Cultural Clara Nunes – Caetanópolis/MG
Vila Olímpica Clara Nunes – Rio de Janeiro/RJ
Associação Clara Nunes – Porto Alegre/RS
Instituto Clara Nunes – Caetanópolis/MG
O prefeito de Caetanópolis Romário Vicente, idealizador do Festival e a Secretária de Cultura Municipal Adriana Ribeiro, prontos para divulgação do Festival.
(foto:Brasil Festeiro Produções)

Blog Clara Voz de Ouro,

20 maio 2008

Memória- Jornal do Brasil

Jornal do Brasil - 03 de abril de 1983
Clara Nunes passou 28 dias em estado de coma profundo depois de submeter-se a uma operação de varizes. No seu último show no Portelão, em Madureira, com a velha guarda da escola do seu coração, ela prometeu voltar no 1º domingo de abril. Voltou com um dia de antecedência, para ser velada por cerca de 50 mil pessoas, num Sábado de Aleluia nublado, na quadra se apresentou. Os fãs enfrentaram sol, chuva, brigas e empurrões, e por duas vezes o caixão balançou, quase caiu. Os fãs cantavam a Valsa do Adeus quando o caixão foi fechado. O surdo da Bateria da Portela marcou a saída de Clara Nunes pela última vez da quadra da escola. O prefeito em exercício, Jamil Haddad, decretou luto oficial por três dias.Clara Nunes nasceu na cidadezinha mineira de Paraopeba, em 1943. Mudou-se aos 14 anos, já orfã de pai, o violeiro Mané Serrador - cantador de folias-de-rei, para Belo Horizonte, e foi cantar no coral de uma igreja.
Em 1960 Clara saia do anonimato quando conquistou o terceiro lugar na finalíssima nacional do concurso A Voz do Ouro ABC, cantando a Serenata do Adeus de Vinícius de Moraes. O salto para a projeção nacional foi em 1965, já no Rio de Janeiro, quando iniciou a longa parceria de 17 anos com a gravadora Odeon.Foi uma grande profissional do disco e uma estrela de primeira grandeza do palco. Em 1972, no Teatro Glauce Rocha, dividiu espetáculos com Vinícius e Toquinho, e com Paulo Gracindo. Como testemunho de sua coragem e de sua dedicação à vida artística, em 1977, Clara Nunes inaugurou seu teatro no Shopping da Gávea, Rio de Janeiro com o espetáculo Canto das 3 Raças. Em 1981 levou milhares de pessoas ao Teatro Clara Nunes, para vê-la no show Clara Mestiça.
Uma desbravadora iluminada
Foi a primeira voz feminina a romper a barreira dos 100 mil discos, uma regra imutável dos corredores das gravadoras que dizia que mulher não vendia discos. Lançou para o sucesso de massa nomes idolatrados do mundo do samba. Gravou Candeia, Nelson Cavaquinho, Monarca, Dona Ivone Lara, Elton Medeiros, Paulinho da Viola, João Nogueira entre muitos outros da nata dos autores do gênero. Também passeou por outras veredas da música popular brasileira, sempre com resultados brilhantes. Clara deixa um rastro de luz pelo caminho artístico que soube cavar com energia, coragem e fé.

19 maio 2008

DVD Clara Nunes! Revista Isto É

Transcrevemos aqui a matéria da Revista Isto É, desta semana que traz informações sobre o lançamento do primeiro DVD Clara Nunes.
A guerreira Clara Nunes
DVD conta a trajetória de uma das melhores cantoras do País, que exaltou o samba e deu ao ritmo do candomblé o status de música popular
FRANCISCO ALVES FILHO
As cantoras brasileiras tinham duas alternativas para fazer sucesso no início dos anos 70: ou recheavam o repertório de canções românticas ou seguiam os modismos internacionais. A situação mudou quando Clara Nunes, uma das maiores intérpretes que o País já ouviu, lançou um disco com sambas e outros ritmos genuinamente brasileiros - destacando-se sobretudo a música Ê baiana. Surgia ali um fenômeno musical, uma cantora de voz límpida e emocionada que caiu imediatamente no gosto popular conquistando ao mesmo tempo o reconhecimento da crítica. Detalhe: de baiana, Clara não tinha nada, era mineira de Paraopeba (arredores de Belo Horizonte). Ela cantou como ninguém as divindades do candomblé, até que a morte prematura ocorrida em abril de 1983, aos 39 anos, devido a um choque anafilático numa cirurgia de varizes, interrompeu a sua brilhante trajetória. Vinte e cinco anos depois, a cantora será lembrada em um DVD que a EMI coloca nas lojas no início do mês que vem com clipes que ela gravou para a Rede Globo, principalmente no programa Fantástico. "A procura por imagens de Clara é muito grande, sentimos isso desde o lançamento de uma caixa de CDs há sete anos", diz Luiz Garcia, gerente de marketing da gravadora. O DVD vai reunir 21 musicais com os maiores sucessos e uma entrevista.

Um dos segredos do sucesso de Clara era o seu carisma. "Ela tinha a dramaticidade vocal e a energia cênica que o samba exige", diz Vagner Fernandes, autor da biografia Clara Nunes - guerreira da utopia. Também foi a primeira artista a assumir publicamente a ligação com a religião afro-brasileira: usava quase sempre vestidos brancos rendados, flores nos cabelos e, em muitos clipes, aparece entre velas, atabaques e danças rituais. Jogo de cena? Não. Ela de fato se batizou no candomblé (filha de Iansã e Ogum) e, extremamente mística, não concebia a vida sem a espiritualidade. "Tenho a grande missão de cantar, ninguém vem ao mundo de férias", dizia ela. Segundo o autor de sua biografia, Clara foi a cantora que mais clipes gravou para o Fantástico (quase três dezenas) e, neles, em quase todas as músicas é usado o recurso do play-back. Apesar dessa limitação e da precariedade técnica de então, o conjunto de imagens (entre 1975 e 1982) é precioso não só porque retrata uma época, mas, também, como prova do brilho pessoal de Clara Nunes. Esse brilho ficou patente em seu último sucesso, Morena de Angola, composto por Chico Buarque especialmente para ela.
Blog Clara Voz de Ouro

02 maio 2008

Vinícius de Moraes-letra e música

O Poetinha
Muita gente conhece as famosas poesias/músicas do Vinícius, mas há algumas menos famosas tão lindas quanto.Clara gravou em especial duas: "Serenata do Adeus e Ai quem me dera"!
"O poeta é danado,tem sempre um trunfo na manga.Quando menos se espera ele puxa o coringa e bate.Para quem não sabe,Vinícius quando faz sozinho letra e música,sai da frente...Foi "Serenata do Adeus","Eurídice", "Medo de amar".O Vinas é bom de melodia pácaras.Falou em valsa então,é com ele mesmo.Senão,ouçam essa nova dele. (Paulo César Pinheiro)
Texto no encarte do lp "Canto das tres raças"
Ai, Quem Me Dera
Composição:
Vinicius de Moraes
Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim
Ai, quem me dera ver morrrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai, quem me dera uma manhã feliz
Ai, quem me dera uma estação de amor
Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem casais
Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim