Blog Clara Nunes: março 2008

30 março 2008

Matéria do Jornal do Brasil

Clara Nunes vira megateatro

Paulo César Pinheiro vende o lugar, que vai abrigar mais de mil pessoas e espetáculos maiores

Ricardo Schott

Ao se completarem 25 anos da morte da sambista Clara Nunes, o teatro que leva seu nome, instalado no terceiro piso do Shopping da Gávea, foi vendido. Vai passar por uma reforma, que inclui mais poltronas (todas modernizadas e mais confortáveis que o habitual para teatros) e um café. O conceito aproxima o lugar de casas de espetáculo maiores. A repaginação faz parte de um projeto cultural do shopping, no qual consta também a inauguração, há poucos meses, das cinco salas do Estação Vivo Gávea, e que também prevê a criação de um salão para eventos culturais no terceiro piso, em 6 de maio.
– Originalmente, o Clara Nunes tinha apenas 450 lugares. Com a reforma, vai ganhar 700 assentos, e isso sem que tenhamos que reformar o palco, que vai continuar como está. Justamente por isso o teatro não vai precisar parar durante a reforma, que será feita apenas durante o dia, o mais brevemente possível – diz um dos novos sócios do lugar, José Ernani Campelo, síndico do shopping e também proprietário do Teatro dos Quatro.
A intenção de Paulo César Pinheiro e Danilo de vender o Clara Nunes vinha sendo ventilada desde os anos 90. Marilda Weber Rocha, viúva de Danilo, vinha administrando a casa e conta que não havia mais interesse dos sócios em gerir o teatro. – Achávamos que já estava na hora de passar o teatro adiante. Só sabemos que o lugar terá de continuar como teatro, não poderá ser usado para nenhuma outra atividade – explica Marilda.
Procurado pelo Caderno B, o compositor e proprietário Paulo César Pinheiro se negou a comentar a negociação. – Não quero falar sobre esse assunto – resumiu.
Campelo diz que o novo Clara Nunes vai abrigar grandes peças que normalmente não viriam ao Rio, por não poderem ser exibidas em teatros pequenos. Cita como exemplo Os produtores, dirigida e estrelada por Miguel Falabella, que inicia temporada no Vivo Rio esta semana.
– O musical não foi feito ser exibida num teatro e sim numa casa de shows. E isso tem acontecido com outros lugares, como o Citibank Hall e o Canecão. Não vejo sentido planejar peças em casas como essas. De modo geral, os teatros não têm sido bem cuidados.
É possível que saia daí mais uma parceria com alguma operadora de celular para financiamento dos custos do teatro. – Não temos nada combinado para agregar uma marca ao nome do teatro, mas estamos abertos para conversar com todas elas. Teatro vive de patrocínio – diz Campelo, acrescentando que o nome será mantido. – O nome é muito bom e já virou uma marca.
A diretora Anja Bittencourt, que encenou a peça Tô na mídia em dezembro de 2007 no teatro, diz que encontrou a casa com uma estrutura boa, mas ressalta algumas falhas.
– Lembro-me de alguns atores reclamando de uma goteira no palco. A peça era encenada logo antes de Não sou feliz mas tenho marido (com Zezé Polessa, ainda em cartaz no teatro) e todos tinham o trabalho de enxugar o palco antes que começasse a outra peça – conta.
Morta em 2 de abril de 1983, a cantora Clara Nunes fazia tanto sucesso nos anos 70 (com direito a discos de ouro e a músicas em trilhas de novelas) que conseguiu ter seu próprio teatro, inaugurado em 11 de maio de 1977 com o show O canto das três raças, produzido por Paulo César Pinheiro, então seu marido. Antes que desse nome ao estabelecimento, o lugar era pretendido por Walter Clark, Chico Anysio e Benil Santos, que pensavam ter um teatro em sociedade. Pinheiro saiu na frente e fechou o contrato com o advogado Danilo Rocha e, posteriormente, com Clara Nunes, que cedeu seu nome.
[ 30/03/2008 ]

26 março 2008

Teatro Clara Nunes

Fusão teatral Clara tem que ficar
Surge na internet e no meio artístico um movimento em torno do Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea. O lugar foi vendido ao mesmo dono do vizinho Teatro dos Quatro e comenta-se que haverá uma imensa obra de fusão. O temor é que a nova casa ganhe o nome de uma empresa, como acontece com casas de shows Brasil afora, e a homenagem à nossa grande sambista seja deixada de lado. A conferir.
Coluna Ancelmo Gois, O Globo.
"Clara Nunes foi a primeira cantora que conseguiu ter seu teatro, graças ao próprio sucesso. Ele foi inaugurado em maio de 1977, no Shopping da Gávea, no Rio, com o espetáculo Canto das 3 Raças. Este foi o primeiro show que ela fez sozinha, era dirigido por Arlindo Rodrigues, com texto e produção do poeta e compositor Paulo Cesar Pinheiro, seu marido desde 1975".

15 março 2008

Bela Cigana

Bela Cigana
Participação: João Nogueira
(Ivor Lancellotti e João Nogueira)
Anda retira de cima esse manto de medo
Abre essa mão que eu vou revelar um segredo
Vou, meu irmão, lhe ensinar beber agua na fonte
Poder caminhar os caminhos do monte
Aonde amanha novo sol vai nascer
É, nessa vida ninguem foge porque tem medo
É justamente o contraio, medrou quem fugiu
Vai meu irmão rasga as folhas do teu samba-enredo
Desvia teus barcos dos velhos rochedos
Mais tarde ou mais cedo meu darás razao
E foi assim que me disse a bela cigana
De brincos de ouro, de porte de dama
De vida e de morte no fundo do olhar
Leu minha mao e rezou e levou meu dinheiro
Mas a tal cigana nao sabe, talvez
Tirou meu veleiro do fundo do mar