(fotos:Mauro Ferreira)
Transcrito do blog do Mauro Ferreira-
Crítico Musical
Prêmio da Música Brasileira - 22º Edição
Rio de Janeiro (RJ) - Coube a Fabiana Cozza fazer o primeiro dos dez números musicais da 22ª edição do Prêmio da Música Brasileira, que homenageou a cantora Clara Nunes (1942 - 1983). Às 21h55m de quarta-feira, 1º de julho de 2009, as luzes do Canecão se apagaram e a voz límpida de Clara ecoou na casa através da gravação de Guerreira, espécie de autorretrato da intérprete mineira. Na sequência, os apresentadores - Aloísio de Abreu, Fernanda Montenegro e Marcello Antony - entraram em cena e falaram da importância de Clara, revivida ao longo de toda a cerimônia através de imagens do telão, de trechos de suas gravações e de textos que explicaram ao público de convidados a importância de cada música apresentada na festa-show.
BETHANIA:
Cantou Conto de Areia (Romildo e Toninho), primeiro retumbante sucesso de Clara Nunes (1942 - 1983) em escala nacional. Líder das paradas em 1974, o samba tem cadência baiana condizente com a musicalidade de Bethânia (em foto de Mauro Ferreira). Contudo, a insegurança da cantora com a letra - lida em sua maior parte por ela, sem a menor cerimônia - impediu que o número fizesse jus à alta expectativa. Foi quase burocrático.
ZÉLIA E JOÃO BOSCO:
Rio de Janeiro (RJ) - Samba majestoso que deu título em 1982 ao último álbum lançado por Clara Nunes (1942 - 1983), Nação ainda permanece imbatível no registro original da intérprete mineira. Contudo, o samba de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio foi abordado com elegância e suingue todo próprio por Bosco em dueto com Zélia Duncan. Com direito a um baticum que evoluiu na cadência bonita do samba mais tradicional. Dueto foi interessante.
NEY LATORRACA:
Em 1974, Clara Nunes (1942 - 1983) estrelou ao lado do ator Paulo Gracindo (1911 - 1995) a segunda montagem de Brasileiro: Profissão Esperança, musical que entrelaça as obras de Antonio Maria (1921 - 1964) e Dolores Duran (1930 - 1959). O espetáculo lotou o Canecão durante meses no mesmo palco nobre onde os atores Ney Latorraca e Alessandra Maestrini reviveram trechos do espetáculo. Cantora de extensão vocal já exibida em musicais, Maestrini deu acento dramático às músicas dos compositores. Latorraca provocou risos com frases de Maria.
ALCIONE:
De todos os intérpretes arregimentados para o tributo a Clara Nunes (1942 - 1983) prestado pelo Prêmio da Música Brasileira, Alcione foi a que teve relação mais afetuosa com Clara. Daí o significado especial do número. Com sua divisão particular, a Marrom reviveu Sem Companhia, música romântica que se tornou um dos sucessos do álbum Brasil Mestiço (1980) ao ser propagada na trilha sonora da novela Coração Alado.10
ZÉLIA DUNCAN E JOÃO BOSCO:
Em 1975, um lindo samba de Candeia (1935 - 1978), O Mar Serenou, consolidou o sucesso de Clara Nunes (1942 - 1983) ao ser gravado pela cantora no álbum Claridade. Na 22ª edição do Prêmio da Música Brasileira, quem se jogou no mar de Clara foi Lenine, num registro afetuoso e sereno feito em dueto com seu filho, João Cavalcanti, vocalista do grupo Casuarina. O (bom) número exemplificou a linha dos arranjos de Rildo Hora, urdidos num tom mais de gala - sem muita ênfase nas percussões...
EMÍLIO SANTIAGO:
Samba de Ivone Lara e Délcio Carvalho que batizou em 1974 o primeiro álbum de Clara Nunes (1942 - 1983) a conquistar de fato o Brasil, Alvorecer ressurgiu suave no registro impecável de Emílio Santiago (em foto de Mauro Ferreira). Com direito a virtuoso solo de gaita do maestro Rildo Hora, autor dos arranjos da festa-show que reverenciou a obra e a figura de Clara, fã de primeira hora de Emílio, quando o cantor ainda atuava anonimamente na noite carioca. Um dos grandes números da 22ª edição do Prêmio da Música Brasileira pela categoria de Santiago
ZECA PAGODINHO:
Consegui!", disse Zeca Pagodinho para o maestro Rildo Hora, após cantar Menino Deus (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) na festa-show que homenageou Clara Nunes (1942 - 1983). Talvez por estar um pouco alto, Zeca achou que nem fosse conseguir defender bem o samba, sucesso de Clara em 1974, mas o fato é que sua interpretação teve uma beleza toda particular, sobretudo pelo gestual com que o sambista enfatizou algumas imagens poéticas da (linda) letra de Paulo César Pinheiro.
2 comentários:
Uma pena a Bethania ter cantado tão mal...
O que importa é a lembrança da MAIOR CANTORA DO BRASIL, CLARA NUNES!
Os outros...são os outros!
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