Douglas Resende(Jornal O Tempo)
São João del Rey: "Tem areia no fundo do mar tem areia/tem areia ô, tem areia..." Os versos da música "Misticismo da África ao Brasil", dos compositores Mário Pereira, Vilmar Costa e João Galvão, são usados pela curadora Liliane Dardot para justificar o uso da areia no chão de um dos três espaços da exposição "Brasil Mestiço de clara nunes", montada no Centro Cultural da Universidade Federal de São João del Rei (UFJS), no Solar da Baronesa, dentro da programação do Inverno Cultural são-joanense.A areia é palavra recorrente em outras tantas canções de Clara Nunes. Mas em "Misticismo da África ao Brasil" ela sugere que Brasil e África não estão tão separados como parece, mas ligados por um chão contínuo. Essa é a parte mais sensorial da exposição, quando o visitante tem de tirar os sapatos e, pisando na areia, percorrer a sala sob vestidos brancos de Clara, suspensos e coloridos por luzes que se alternam. "A Clara se vestia de acordo com a cor que remete ao orixá do dia", justifica Liliane Dardot o uso da iluminação.
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