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Se o Pessoal da “música brasileira”andava se vangloriando de revalorizar e redescobrir valores do passado como Cartola e Nelson Cavaquinho, por que a Jovem Guarda não podia fazer o mesmo com o mineiro Ataulfo Alves? Naquela tarde dos anos 60,a vida não estava fácil para compositores da antiga. Ataulfo estava tão por baixo que nem sequer foi citado no quilométrico “Samba da benção” no qual Baden Powell e Vinícius de Morais homenageiam uma penca de sambistas do passado e do presente então.
Roberto Carlos concordou com a idéia de Imperial. Ataulfo compareceu ao programa, numa bela tarde de domingo,e cada qual cantou uma música do outro. No final ambos cantaram juntos o eterno sucesso “Ai que saudades da Amélia”.
Ataulfo e Roberto Carlos 1967
Semanas depois , para surpresa de muitos, Roberto Carlos entrou no estúdio e gravou esse samba, que tem a mesma idade que ele(1941). Lançado em janeiro do ano seguinte, tornou-se um dos grandes sucessos daquele e de todos os carnavais.
...Também para Ataulfo Alves a gravação do jovem cantor foi um bom negócio, porque trouxe seu nome de volta à mídia, além de render bons direitos autorais para ele e o parceiro Mário Lago.
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