Jornal Norte de Minas - Festival Clara Nunes

Elba Ramalho conquista a multidão e se emociona ao cantar na terra natal de Clara Nunes

30/08/2012 - 18h42m
Douglas Love

O 7° Festival Cultural Clara Nunes teve seu encerramento com um dos maiores nomes da música popular brasileira: a cantora Elba Ramalho se apresentou em Caetanópolis, no domingo (19/08), na praça central da cidade.  No auge da forma física e vocal, Elba impressionou pelo vigor e energia com que interpretou um belo repertório dos maiores compositores brasileiros, como Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Jackson do Pandeiro e Zé Ramalho.
Sob grande entusiasmo do público, Ramalho entrou no palco entoando o medley Sanfona Branca/Vida de Viajante/Estrada do Canindé/Sala de Reboco/Sabiá. Evocando o centenário de Luiz Gonzaga, ela saudou a multidão e prestou tributo à homenageada da festa cantando Morena de Angola.
– Clara me ensinou a sambar em Luanda, em uma excursão que fizemos juntas ao lado de Chico Buarque e vários artistas no inicio dos anos 1980, relembra Elba.
Em seguida, vieram vários hits destacando a munição forrozeira de seu repertório: Bate Coração, Qui nem Jiló, Espumas ao Vento, Baião e o hino nordestino Asa Branca.
Ao cantar Feira de Mangaio, de Sivuca, Elba confirmou a influência de Clara Nunes para as novas intérpretes brasileiras – e revelou as semelhanças com a homenageada na presença cênica de palco. Um dos momentos mais emocionantes do show foi a interpretação da canção De volta pro Aconchego, com Elba de joelhos sendo acompanhada por um gigantesco coral.
Outro ponto alto foi quando, de violão em punho, Elba cantou Chão de Giz, que recebeu reações calorosas do público. A canção As Forças da Natureza também foi interpretada com muita emoção por se tratar de uma música forte da guerreira mineira. Segundo Elba, a canção foi premiada com um Grammy latino ao ser gravada, em 2007, no álbum Qual Assunto que Mais lhe Interessa.
O final da apresentação foi ao som da incendiária Festa do Interior/Pagode Russo e Banho de Cheiro/Frevo Mulher.
O encerramento do Festival Cultural Clara Nunes foi marcado por uma apresentação antológica, que entrelaçou a trajetória de duas estrelas da música brasileira. Estrelas que sempre tiveram o cuidado de cantar o que há de mais puro e autêntico na nossa cultura: o samba, o frevo, o forró, e todas as suas vertentes, sempre com extremo bom gosto.