Blog Clara Nunes: 2020

10 outubro 2020

Marquinho do Pandeiro(Velha Guarda da Portela) homenageia Clara em CD !


 

Homenagem do integrante da Velha Guarda da Portela à Clara Nunes !

Aos 74 anos, Marquinho do Pandeiro lança primeiro disco da carreira neste sábado

Marquinho do Pandeiro está perto de realizar um sonho antigo. Aos 74 anos e recuperado da Covid-19, o músico e integrante da Velha Guarda Show da Portela se prepara para lançar seu primeiro disco solo, “Claridade da Portela”. A tão aguardada estreia vai acontecer neste sábado (10), às 19h30, durante uma live no Teatro Rival Refit, com participação especial do cantor e compositor Tuco Pellegrino, do músico Paulão 7 Cordas e do locutor oficial da quadra da Portela, Boka.


Frequentador da Portela desde 1960, ele entrou para o seleto grupo de bambas da Velha Guarda em 2004, após a morte de Argemiro Patrocínio. Em seguida, colaborando nos vocais com Monarco e Serginho Procópio, passou a acompanhar o grupo nas feijoadas mensais da agremiação, em gravações e em shows pelo Brasil. Foi aí que o veterano decidiu que era hora de mostrar suas próprias composições, após quase 50 anos de trajetória profissional. “Sempre gostei de compor e de mostrar minhas músicas para amigos. Aí, há uns quatro anos, o Rodrigo Godoy, a quem eu faço questão de citar, deu o pontapé nessa história de gravar disco. Outro que teve papel fundamental foi o Tuco (Pellegrino), que assina a produção do CD. Monarco, meu mestre e professor, também sempre me incentivou muito. A sensação, agora, é de vitória”, conta o sambista.

Para a live do dia 10, Marquinho promete apresentar a maior parte das canções do disco, além de homenagear ícones portelenses. “Vou mostrar o carro-chefe do disco, ‘Claridade da Portela’, que fizemos para homenagear a inesquecível Clara Nunes. Tem, ainda, música minha com Monarco, tem samba só meu e outros feitos com amigos como Tuco Pellegrino, Ruan Espanhol, Beto Fininho, Rafael Viana, Tiago Beli e outros”, detalha.


Ícones portelenses como Candeia, Casquinha, Bubu, Manacéa e Monarco também estarão no repertório da transmissão. “Não posso deixar de homenagear a Velha Guarda, que está completando 50 anos de carreira, e de lembrar pessoas que foram muito importantes na minha carreira como músico. São artistas que eu já acompanhei em shows e que faço questão de reverenciar de alguma maneira, como Jorge Veiga, Zé Kéti, Cartola e Ismael Silva”, completa Marquinhos.


Com textos do presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, e do professor, pesquisador e biógrafo da Velha Guarda da Portela, João Baptista Vargens, o disco “Claridade da Portela” pode ser adquirido através do e-mail producaotucopellegrino@gmail.com e do telefone (11) 96491-8660.

Vale lembrar que o show de Marquinho do Pandeiro será transmitido gratuitamente pelo canal do Teatro Rival Refit, no YouTube, no dia 10 de outubro (sábado), às 19h30. O público poderá contribuir com o artista, os músicos e técnicos envolvidos na produção através do link da plataforma Sympla.


https://www.sympla.com.br/marquinho-do-pandeiro---transmissao-ao-vivo---teatro-rival-refit-abrindo-portas-apresenta__968444?utm_source=criteo&utm_medium=retargeting&utm_campaign=webconversion#tblciGiABKU3rfuJgRbZnKRLsBdD61Fzdxws3wSFHJ8-lPjtmcyDwjE4



16 setembro 2020

Canal Brasil estréia o documentário : Clara Estrela!

 

Documentário sobre Clara Nunes estreia nesta quarta no Canal Brasil





Produção 'Clara Estrela' narra em primeira pessoa a vida e a carreira da artista mineira que conquistou o Brasil




"Clara Estrela”, documentário que narra em primeira pessoa a vida e a carreira de Clara Nunes, estreia no Canal Brasil
"Clara Estrela”, documentário que narra em primeira pessoa a vida e a carreira de Clara Nunes, estreia no Canal Brasil
Foto: Canal Brasil/Divulgação

Os fãs da cantora mineira Clara Nunes (1942-1983) vão ganhar um presentão nesta quarta (16).
 
“Clara Estrela”, documentário que narra em primeira pessoa a vida e a carreira da artista, estreia às 20h no Canal Brasil. 
 
Os documentaristas Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir narram, por meio de entrevistas em diversos programas de TV e rádio, a trajetória de Clara Nunes, cantora de Caetanópolis, região central de Minas, que conquistou o Brasil.
 
Os depoimentos são permeados por imagens oníricas que traduzem o universo místico de Clara e contam com a narração da atriz Dira Paes, reproduzindo excertos de trechos de entrevistas concedidas pela cantora a jornais. Mesmo após mais de três décadas de sua morte, a voz da “mineira guerreira” continua no panteão da música brasileira.
 
Reportagens, fotos e notícias publicadas sobre sua vida e carreira – com destaque para uma longa conversa com a jornalista Marília Gabriela – compõem o roteiro.
 
 
 

12 agosto 2020

12 de agosto - aniversário 78 anos de Clara Nunes ! Clara vive na memória brasileira

 

Foto: acervo familiar 

Clara Nunes (Clara Francisca Gonçalves Pinheiro) nasceu em Caetanópolis-MG em 12 de agosto de 1942 e morreu no Rio de Janeiro em 2 de abril de 1983 aos 40 anos


Ela foi ícone do samba, da Portela e porta-voz das religiões afro na música brasileira.
Clara Numes faria 78 anos neste 12 de agosto 2020.

Como se estivesse sempre pronta para uma boa festa de ano novo na praia em seu vestido branco e descalça que Clara Nunes foi imortalizada no imaginário de seu tempo. Devota dos rituais afro-brasileiros, Clara cantou o samba de raiz que desnudou a alma brasileira e resgatou o vigor da cultura mestiça. Portelense de coração, a cantora gravou várias músicas de compositores ligados à escola, entre eles, Candeia. Mineira de Paraopeba, Clara não conseguiu ouvir seu pai violeiro, conhecido como Mané Serrador, que morreu quando ela tinha apenas 2 anos. 

Mais jovem de 7 filhos, Clara começou cantando no coral da igreja influenciada por Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira que adorava ouvir pelo rádio.  Na capital mineira, venceu a etapa mineira do concurso A Voz de Ouro ABC em 1960.

Clara Nunes cantou em boates e clubes em Belo Horizonte e em 1965 foi para o Rio, onde passou a apresentar-se no programa de José Messias, na TV Continental, e outros programas televisivos. No ano seguinte, 1966, lançou seu primeiro disco, “A voz adorável de Clara”, pela gravadora Odeon.

No mesmo ano (1974) que lançou o disco que deu uma guinada em sua carreira, a cantora atuou na segunda montagem do espetáculo Brasileiro, Profissão Esperança, ao lado do ator Paulo Gracindo, que contava, em cenas e músicas, a vida de Dolores Durán e do jornalista e letrista Antonio Maria.

Clara gostava de pesquisar ritmos brasileiros, folclore e a tradição afro-brasileira, o que a levou a converter-se à umbanda. Sem dúvida, o casamento com o músico e letrista Paulo César Pinheiro colaborou ainda mais para aguçar seu interesse pelo samba de raiz. Junto com ele, a cantora fundou um teatro com seu nome no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro.

Apelidada de Sabiá, Clara Nunes morreu em 1983, aos 40 anos, em decorrência de complicações após uma cirurgia para retirada de varizes da perna que foi realizada em 5 de março de 1983. Uma reação alérgica ao anestésico provocou uma parada cardíaca na cantora que ficou na UTI até sua morte em 2 de abril. Clara tinha apenas 40 anos e seu corpo foi velado na quadra da Portela.

Assista aos especiais da Globo :  


                  https://memoriaglobo.globo.com/entretenimento/musicais-e-shows/clara-nunes-especial/


11 agosto 2020

Live "Um ser de luz" com Mariene de Castro

 


Mariene de Castro celebra aniversário de Clara Nunes com show nesta quarta (12)

Homenagem à cantora que faria 78 anos será transmitida ao vivo pelo Zoom com ingressos entre 15 e 60 reais. "Agradeço pela oportunidade de cantar esse repertório que passou a fazer parte da minha vida. Salve a Claridade! Salve Clara!", ressalta Mariene

Mariene de Castro vai celebrar o aniversário de nascimento da cantora Clara Nunes, uma das maiores sambistas de todos os tempos, com um show virtual batizado como "Ser de Luz, uma homenagem a Clara Nunes".  Acompanhada do violonista Lula Gazineu, Mariene vai se apresentar num evento digital que será transmitido com exclusividade pela plataforma Zoom, às 20h desta quarta-feira (12), quando Clara Nunes completaria 78 anos.

"Ser de luz é um chamado e, com muita clareza e amor, dedico meu canto para essa homenagem no dia do seu aniversário. Daqui eu me emociono e agradeço pela oportunidade de cantar esse repertório que passou a fazer parte da minha vida. Salve a Claridade! Salve Clara Salve sua luz!", ressalta Mariene de Castro.

Os ingressos podem ser adquiridos pelo link bit.ly/MarieneClaraNunes, com contribuições de R$15, R$30 ou R$60.

 

SERVIÇO

O quê: Show da cantora Mariene de Castro em homenagem a Clara Nunes

Quando: 12 de agosto, às 20h

Onde: transmissão online via Zoom

Ingressos: contribuições de 15, 30 ou 60 reais pelo link bit.ly/MarieneClaraNunes

https://muitainformacao.com.br/post/15507-mariene-de-castro-celebra-aniversario-de-clara-nunes-com-show-nesta-quarta--12-



                                                    Instagram: @marienedecastro

10 agosto 2020

Semana Clara Nunes - aniversário 78 anos !

 



@guerreirasdeclara (intagram)
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***"Se vocês querem saber quem eu sou, eu sou a tal mineira..."***
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A próxima live será muito emocionante para todas nós. Vamos conversar com os sobrinhos de Clara Nunes na segunda feira, dia 10, às 20h, aqui em nosso Instagram.
Esperamos vocês com a gente 🥰
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E aguardem pois a semana será especial!!!!!




15º Festival Cultural Clara Nunes
edição 2020
Prefeitura de Caetanópolis-MG



Começo Agosto com um convite super especial para vocês...fazendo jus ao signo de Leão, vamos homenagear CLARA NUNES, leonina nascida em 12.08 que era o próprio fogo e tinha o sol no seu sorriso. Para comemorar a data em que completaria 78 anos, faremos uma LIVE SOLIDÁRIA, com bate papo musical onde pediremos contribuições em prol do Memorial Clara Nunes . Tenho a imensa alegria de reunir estas mulheres maravilhosas por quem tenho grande carinho e admiração: Lucinha Nobre - Porta Bandeira da nossa amada Portela e as cantoras Nina Wirtti e Emanuelle Araujo, artistas que tem ligação com a Guerreira, seja na dança, no canto, nas referências. Clara nos deixou muitas saudades e uma fonte inesgotável de riqueza cultural, dia 12 será momento de celebrarmos sua existência. Axé!!! Contamos com vocês! 💙⭐️

Arte - Lucas Rocha

*o Instituto Clara Nunes foi criado há 15 anos por sua irmã Maria Gonçalves (a Dindinha), com o objetivo de resguardar o acervo da cantora. Em 2012 foi inaugurado o Memorial Clara Nunes, na cidade de Caetanópolis - MG, terra natal de Clara, onde acontecem exposições abertas ao público, com figurinos, prêmios e objetos pessoais de Clara. O Memorial sobrevive graças ao belíssimo trabalho de sua equipe - que trabalha voluntariamente e em parceria com a Universidade Federal de São João del Rei realizando, há muitos anos, projeto de extensão dedicado a conservação e preservação do acervo, além da realização das atividades desse espaço cultural- , ao apoio dos fãs, familiares e de doações, não tendo patrocínio ou subsídio. É um espaço fundamental para a manutenção da memória de Clara Nunes e certamente sua contribuição será de grande ajuda para sua continuidade!
Dados bancários para colaborações:
Instituto Clara Nunes
756 - BANCOOB
Agência 3152
Conta 0019996-6
CNPJ - 07.635.779/0001-60

@memorialclaranunes





                                                                 Memorial Clara Nunes

https://www.facebook.com/MemorialClaraNunes/


14 junho 2020

livro de memórias familiares: por Mauro Ferreira( O Globo, G1)


21 abril 2020

Discos para descobrir em casa – 'Nação', Clara Nunes, 1982

Discos para descobrir em casa – 'Nação', Clara Nunes, 1982

 Por Mauro Ferreira

Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos




                                Capa do álbum 'Nação', de Clara Nunes — Foto: Arte de Elifas Andreato


 Há 37 anos, na madrugada de um sábado de aleluia, Clara Nunes (12 de agosto de 1942 – 2 de abril de 1983) foi morar no infinito e virou constelação após enfrentar, guerreira, 28 dias de agonia em CTI de hospital por conta de complicações decorrentes de operação de varizes.
A cantora mineira saiu de cena aos 40 anos, no auge artístico. O canto luminoso atingia picos de maturidade, dando voz a um Brasil mestiço que reluziu nas cores vivas de Nação, último álbum de Clara. Cores expostas na capa criada por Elifas Andreato para o disco.
Álbum gravado de maio a julho de 1982 sob direção de produção de Renato Correa, com produção executiva de Paulo César Pinheiro, Nação foi lançado no inicio do segundo semestre daquele ano de 1982 com repertório primoroso – composto por dez músicas, sendo oito então inéditas – que evidenciou a expansão da identidade do canto de Clara.
Em 1982, Clara Nunes já tinha conseguido o objetivo de ser percebida como uma cantora de música brasileira, ainda que o samba fosse mote e norte do repertório da artista. Nação reforçou essa identidade.
Obra-prima da discografia nacional, Nação abriu com o samba que lhe dá título. Em Nação, a música, João Bosco – compositor então gravado pela primeira vez pela mineira conterrânea – e Aldir Blanc se juntaram ao parceiro ocasional Paulo Emílio para ressignificar signos exaltados na Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939), samba-emblema de tempos idos.
Os letristas reimaginaram o Brasil sob a ótica de nação do Candomblé, Jeje, evocando o universo afro-brasileiro recorrente no repertório adotado por Clara Nunes a partir dos anos 1970. A letra do samba enfileirou símbolos mitológicos para poetizar a povoação da terra indígena que, nas mãos de colonizadores, virou a nação conhecida como Brasil.
Somente a ambiciosa faixa-título valeria o disco. Contudo, o álbum Nação apresentou outras músicas de altíssimo nível, alinhando pérolas já raras em 2020.
Na época do lançamento do disco, a gravadora EMI-Odeon promoveu três das dez faixas em programas de rádio e TV. Além da música-título Nação, o público ouviu o samba-enredo Serrinha (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e Ijexá (Edil Pacheco).
Tributo à escola de samba Império Serrano, Serrinha foi segundo título da série de homenagens a agremiações carnavalescas cariocas, sequência idealizada pelos compositores Mauro Duarte (1930 – 1989) e Paulo César Pinheiro e iniciada com Portela na avenida (1981), sucesso do álbum anterior da cantora, Clara (1981).
Já a composição do baiano Edil Pacheco apresentou o “novo som Ijexá”, propagado em Salvador (BA), mas então pouco ouvido além das fronteiras da Bahia. Foi na cadência do ijexá, aliás, que o bamba carioca Nei Lopes compôs Afoxé pra Logun, versando sobre a dualidade de Logun, orixá “meio Oxossi, meio Oxum” – duplicidade também presente Oxumaré, regente do samba Nação.
Compositores de dois anteriores sucessos blockbusters de Clara, Conto de areia (1974) e A deusa dos orixás (1975), Romildo Bastos e Toninho Nascimento figuraram duplamente no álbum Nação como autores de Menino velho (samba lançado em disco em 1976, em obscura gravação da cantora Dila) e de Vapor de São Francisco, inspiradas músicas que reforçaram a brasilidade vivaz, sem clichês e com forte baianidade, que pautou o disco.
O repertório do álbum Nação resultou tão grandioso que até uma (grande) música inédita de Chico Buarque passou despercebida. Trata-se do dolente samba-canção Novo amor, escrito sob ótica feminina – com a maestria habitual do autor no gênero – e abordado posteriormente por Nana Caymmi (no álbum Alma serena, de 1996) e por Fabiana Cozza (em tributo a Clara Nunes lançado em 2013), sem que essas duas grandes cantoras tenham alcançado a dimensão do registro de Clara.
Fora da roda do samba, Clara Nunes deu voz em Nação ao baião Cinto cruzado, parceria de Guinga (compositor que já gravava em 1974) com Paulo César Pinheiro, autor dos versos repletos de referências ao universo sertanejo nordestino fundado (musicalmente) por Luiz Gonzaga (1912 – 1989).
Na mesma levada nordestina, a cantora também repisou nesse sertão ao reavivar Mãe África (Sivuca e Paulo César Pinheiro, 1978) – a outra regravação do repertório – para pedir a benção ao povo nagô entranhado na gênese da nação brasileira.
No arremate do álbum Nação, a cantora desfolhou o lirismo de Amor perfeito (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro) com dose precisa de sentimento no canto depurado.
Merecem ainda menções honrosas, pela excelência e adequação às músicas, os arranjos do álbum, criados por Dori Caymmi, Geraldo Vespar (atualmente com 82 anos), Nelsinho do Trombone (1925 – 1996) e Sivuca (1930 – 2016).
Em Nação, tudo – canto, repertório e arranjos – se harmonizou e reluziu sob a luz imortal de Clara Nunes, sabiá que voou para outra dimensão há 37 anos.