Blog Clara Nunes: 2019

12 agosto 2019

12 de agosto, aniversário de 77 anos !



Por Mauro Ferreira
Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos
A música do Brasil teria sido outra se o ano de 1942 tivesse sido eliminado do calendário universal. Nenhum ano gerou tantos e tão talentosos cantores e compositores.
Se 1941 legou Erasmo Carlos, Roberto Carlos e Ney Matogrosso ao Brasil, 1942 viu nascer Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Milton Nascimento, Nei Lopes, Paulinho da Viola, Tim Maia (1942 – 1998) e – entre tantos ícones – Clara Nunes (12 de agosto de 1942 – 2 de abril de 1983), cantora dona de voz radiante.
A cantora mineira tem sido reverenciada nas redes sociais nesta segunda-feira, 12 de agosto de 2019, pelos 77 anos de vida que talvez pudesse estar festejando hoje se complicações decorrentes de cirurgia de varizes não a tivessem tirado precocemente de cena, aos 41 anos incompletos.
A data sequer é redonda, mas a luminosidade de Clara ainda irradia, 36 anos após a morte da artista. Tanto que nenhuma cantora brasileira foi alvo de tantos tributos em discos, shows e musicais de teatro ao longo destes anos 2010.
A maioria sequer evocou de longe a luz de Clara. Mas merecem menções honrosas as homenagens das cantoras Fabiana Cozza (personalíssima) e Mariene de Castro (baiana cuja luz própria remete à vivacidade da antecessora mineira).
Clara Nunes não nasceu no samba. Tampouco se criou nele. Mas se encontrou no samba a partir de 1971, após cometer sucessivos erros na discografia irregular da década de 1960.
Só que os acertos – constantes a partir desse ano de 1971 em evolução que culminou com a explosão nacional da cantora com o álbum Alvorecer (1974) – foram tão grandes desde então que Clara Nunes está imortalizada como uma voz do samba. Mas não somente dele. Porque a cantora foi progressivamente abrindo o leque rítmico, sobretudo a partir do álbum Canto das três raças (1976), sem jamais se afastar do samba, norte da discografia da artista.

30 julho 2019

14º Festival Cultural Clara Nunes em Caetanópolis-MG


                    SOBRE O EVENTO 2019

 14º FESTIVAL CULTURAL CLARA NUNES   em Caetanópolis-MG


Vários  espetáculos com entrada franca !
Realizado anualmente, sempre na 1ª quinzena de agosto, o Festival Cultural Clara Nunes tem mais de 100 horas de espetáculos de música, dança, folclore e teatro, shows com artistas locais e de renome nacional. A programação inclui seminários, cursos, exposições, competições e oficinas, com venda de artesanato e comida da região, transformando Caetanópolis na “maior cidade cultural” de sua região. E tudo acontece tendo como base a obra da filha mais ilustre de Caetanópolis, a cantora Clara Nunes. Todas as atrações são gratuitas e os moradores são receptivos, recebendo com prazer os visitantes de Caetanópolis.



11 julho 2019

Dona Jandira canta Clara Nunes em BH


       DONA JANDIRA APRESENTA: 

         TRIBUTO A CLARA NUNES


   Festival de Inverno UFMG traz diversidade de atrações musicais


Evento começa hoje e vai até 21 de julho, com atividades de diversos gêneros espalhadas por Belo Horizonte e Tiradentes
Realizado pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG, o Festival de Inverno continua até 21 de julho, com uma programação extensa que, além das oficinas e residências, inclui espetáculos teatrais, concertos musicais, shows, palestras e a 1ª Jornada de Estudos sobre Patrimônio Cultural Imaterial. As atrações culturais são gratuitas, exceto algumas sessões de Planetário. A edição de 2019 busca dar visibilidade às políticas da Universidade para a área da cultura, sob o tema Memória: arte e patrimônio.
Confira a agenda de atrações musicais para o período:
Show Dona Jandira canta Clara Nunes

   Data: 20 de julho Horário: 20h

    Cidade: Belo Horizonte Local: Centro Cultural UFMG
Considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira, Clara Nunes deixou um grande legado com sua música, voz e gestos. Neste show, Dona Jandira sobe ao palco, acompanhada de banda, para prestar homenagem a diversos clássicos do repertório da cantora mineira. O enfoque escolhido denota a necessidade de se valorizar o patrimônio musical nacional e as contribuições do samba para a cultura brasileira.
Duração: 1h30
Local: Auditório do Centro Cultural UFMG
Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174 – Centro), Conservatório UFMG (Av. Afonso Pena, 1534 – Centro), Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade, 700 – Funcionários) e Campus Cultural UFMG em Tiradentes


23 maio 2019

Vem aí ! 14º Festival Cultural Clara Nunes



14º Festival Cultural Clara Nunes











De 09 a 18 de agosto de 2019
O Festival Cultural Clara Nunes conta com apresentações de dança e música, gastronomia e artesanato, exposição de arte, sarau, exibição de documentários, oficinas e workshop e shows de artistas de renome nacional e entre outras ações. Todas as atividades são totalmente gratuitas.

ORGANIZADOR




SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL, CULTURA E ESPORTES
          
FONE
 (31) 3714-7430 / (31) 9 8415-6979
          
E-MAIL
turismo@caetanópolis.mg.gov.br
CAETANÓPOLIS: Cidade jovem, Caetanópolis, posiciona-se a uma altitude de 720 metros. Sua história esteve ligada à da Companhia de Fiação e Tecelagem Cedro e Cachoeira, pioneira da indústria têxtil em Minas, grande responsável pelo povoamento do local. Anteriormente denominado Cedro, quando se emancipou em 1953 teve seu nome mudado para Caetanópolis, em homenagem a um dos fundadores da Companhia.




MEMORIAL CLARA NUNES

Inaugurado em 11 de agosto de 2012 durante o 7º Festival Cultural Clara Nunes, o memorial está instalado à Rua Fernando Lima, nº 250. O memorial abriga um rico acervo com mais de 10 mil peças, catalogadas por uma equipe da Universidade Federal de São João del Rei. Os objetos foram cuidadosamente guardados pela irmã mais velha e madrinha da cantora, Maria Gonçalves da Silva, conhecida como dona Mariquita, falecida nesse ano, e muitos deles doados pelo marido da cantora, Paulo César Pinheiro: fotografias, matérias de jornais e revistas, documentos pessoais, discos de ouro, santos, colares, vestidos, sapatos, bolsas, objetos de decoração, mobiliário, etc.




CASA DA CULTURA CLARA NUNES

Inaugurada em 04 de agosto de 2007, a Casa de Cultura transformou em realidade um antigo sonho dos caetanopolitanos, sendo palco do Festival Cultural Clara Nunes e de exposições, peças teatrais e diversas manifestações culturais da cidade. Instalada em um dos poucos exemplares arquitetônicos em estilo colonial da região, situa-se na Praça Aníbal Pinto Mascarenhas. O prédio, doado pela Cia. Cedro Cachoeira, já abrigou o Grêmio Literário e Recreativo Cedrense, inaugurado no ano de 1912. A Praça Aníbal Pinto Mascarenhas também possui detalhes arquitetônicos curiosos, incluindo um jardim em forma de coração e um abrigo que lembra obras do arquiteto Oscar Niemeyer (as letras JK no abrigo são uma homenagem ao presidente Juscelino, que esteve na cidade durante seu governo).
AgendaUai


09 abril 2019

Fim da Rádio Inconfidência - 83 anos - onde Clara e muitos outros começaram a carreira


Foto Rádio Inconfidencia -MG
Clara Nunes - Rainha do Jubileu de prata 

Teatro Auditório da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte
 e a homenageada Clara Nunes em 1961,
 onde tudo começou nos anos 60.

Em 1960, já era conhecida como Clara Nunes quando venceu a fase mineira do concurso de rádio “A Voz de Ouro ABC”, cantando Vinicius de Moraes. Na competição nacional, ela ficou em terceiro lugar. Assim, Clara se projetou no cenário artístico mineiro. Foi contratada pela Rádio Inconfidência, gravando seu primeiro registro fonográfico no LP “Os Vibrantes 25 Anos da Rádio Inconfidência”. Cantou a música “Vida cruel”, de Jadir Ambrósio e Wilson Miranda.

Segunda-Feira, 08 de Abril de 2019 
Alegando corte de gastos, governo mineiro anuncia fechamento da Rádio Inconfidência AM em Belo Horizonte

 A decisão do encerramento das atividades da frequência AM da Rádio Inconfidência foi anunciada pelo secretário da Cultura, Marcelo Matte, em cerimônia dos novos dirigentes do setor no Palácio das Artes, no Centro de Belo Horizonte. A informação foi confirmada aos funcionários pelo presidente da emissora, Ronan Scoralick. Além disso, Scoralick anunciou que concursados serão os primeiros a serem exonerados. Vale ressaltar que a Rádio Inconfidência é a mais antiga em operação em Minas Gerais e uma das mais antigas do Brasil. A emissora foi criada em 1936, portanto, completa 83 anos em 2019. A emissora também opera no dial FM de Belo Horizonte como Rádio Inconfidência FM 100.9.





27 fevereiro 2019

Biografia e enredo !


Com nova capa (mais bonita do que a de edição de 2007) e novo projeto gráfico (que deixou o livro mais leve), mas com conteúdo idêntico, a biografia humaniza a figura de Clara ao longo das 480 páginas.

Capa da atual edição da biografia da cantora mineira Clara Nunes — Foto: DivulgaçãoCapa da atual edição da biografia da cantora mineira Clara Nunes — Foto: Divulgação
https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2019/02/27/enredo-da-portela-clara-nunes-e-desmistificada-em-biografia-que-permanece-fundamental.ghtml


22 fevereiro 2019

Voz de Ouro, Sabiá, Guerreira ! Portela 2019


Clara Nunes foi escolhida para o Enredo da Escola de Samba Portela no Carnaval 2019.


A cantora mineira, falecida em 1983, já havia sido citada em alguns sambas-enredo da Portela, mas dessa vez, depois de muitos pedidos dos admiradores e portelenses, terá sua história contada e cantada pela agremiação de Madureira.
Assim que a diretoria da Portela  à anunciou como enredo, a aprovação veio de imediato.
Nas redes sociais o nome da Guerreira, como Clara Nunes também era conhecida, foi festejado.

Uma junção de imagens capturadas pela estudante do Curso de Comunicação Em Mídia Digitais, a pernambucana Clara Borges, foi parar no perfil do Instagram e Facebook da GRES Portela.
Foto: junção de imagens por Clara Borges

http://acontecesantyago.blogspot.com/2018/05/clara-nunes-e-o-enredo-da-portela-em.html

Na Madureira Moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá

Axé, sou eu
Mestiça, morena de Angola, sou eu
No palco, no meio da rua, sou eu
Mineira, faceira, sereia a cantar, deixa serenar
Que o mar de Oswaldo Cruz a Madureira
Mareia, a brasilidade do meu lugar
Nos versos de um cantador
O canto das raças a me chamar
De pé descalço no templo do samba estou
É rosa, é renda, pra Águia se enfeitar
Folia, furdunço, ijexá
Na festa de Ogum Beira-mar
É ponto firmado pros meus orixás

Eparrei Oyá, Eparrei
Sopra o vento, me faz sonhar
Deixa o povo se emocionar
Sua filha voltou, minha mãe

Pra ver a Portela tão querida
E ficar feliz da vida
Quando a Velha Guarda passar
A negritude aguerrida em procissão
Mais uma vez deixei levar meu coração
A Paulo, meu professor
Natal, nosso guardião
Candeia que ilumina o meu caminhar

Voltei à Avenida saudosista
Pro Azul e Branco modernista eternizar
Voltei, fiz um pedido à Padroeira
Nas Cinzas desta Quarta-feira, comemorar

Nossas estrelas no céu estão em festa
Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá
No canto de um Sabiá
Sambando até de manhã
Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã



03 fevereiro 2019

Jornal Estado de Minas - Saiba como a Portela homenageará Clara Nunes

Saiba como a Portela se prepara para homenagear Clara Nunes na Sapucaí

A escola deve levar para a avenida no carnaval deste ano 3.400 componentes divididos em 28 alas que contarão a história da vida e da obra da cantora mineira

Helvécio Carlos- Jornal Estado de Minas 

Clara Nunes está de volta à Portela e, desta vez, como grande estrela do sambódromo. Com o enredo Na Madureira moderníssima, hei de sempre ouvir cantar uma sabiá, a sambista mineira será reverenciada pela quarta vez na azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira, sua escola de coração. Na primeira homenagem, em 1984, foi exaltada no enredo Contos de areia, um ano após sua morte. Vinte e oito anos depois, a trajetória da cantora foi o fio condutor do enredo E o povo na rua cantando... É feito uma reza, um ritual. Há dois anos, a imagem de Clara fechou o desfile Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar?, que faturou o carnaval daquele ano.
A sambista desfilou na escola durante aproximadamente dez anos, gravou sambas-enredo e, em 1975, defendeu na avenida o samba-enredo Macunaíma, herói de nossa gente. Agora, Clara Nunes é tema de um  enredo inteiro.

A relação entre a azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira e a mineira de Caetanópolis começou nos anos 1970 e de uma forma inusitada, como lembra Vagner Fernandes, autor do livro Clara Nunes, guerreira da utopia. Foi por intermédio do namorado Aurino Araújo, fazendeiro de Joaíma, que Clara acabou sendo recebida com tapete vermelho na Portela. Aurino tornou-se amigo de Natal da Portela (Natalino José do Nascimento), naquela época patrono da agremiação, quando ele estava preso em Ilha Grande, assim como Carlos Imperial. Aurino costumava fazer visitas a Imperial, com quem dividia um apartamento no Rio de Janeiro, onde moravam também seu irmão Eduardo Araújo e Clara.

“Clara já havia visitado outras escolas, mas foi abraçada pela Portela”, diz o autor do livro, cuja segunda edição acaba de ser lançada, com direito a feijoada na quadra da escola. Para o escritor, apesar do tempo relativamente curto de convivência da sambista com a escola – “Foram apenas 13 anos, entre 1970 a 1983, muito pouco, se comparado a sambistas com 30, 40 anos de vida em uma escola” – a intensidade da relação foi muito grande.

“Até hoje o legado dela é compreendido de forma concreta pelas novas gerações. É um legado atemporal”, afirma. “Clara é, sobretudo, uma personagem muito importante para a cultura nacional. Ela nunca foi panfletária, mas sempre se posicionava, propondo discussões de identidade de gênero, contra o preconceito racial e de credo. Clara era altamente politizada”, emenda.

MEMÓRIAS
 Sobrinho da intérprete, Márcio Guima cita como boas memórias na Portela a amizade da cantora com Monarco e Candeia, compositor de O mar serenou, “um dos maiores sucessos de tia Clara”. Ele lembra ainda que a admiração entre os artistas era recíproca. Todos os anos, no dia 12 de agosto, aniversário da mineira, a Velha Guarda é convidada do Festival Cultural Clara Nunes, em Caetanópolis.

Márcio ainda não sabe em qual ala da Portela ele desfilará, mas acredita que outros sobrinhos e sobrinhos-netos da homenageada verão a Portela da arquibancada, no sambódromo carioca. Nenhum dos sete irmãos de Clara está vivo. Mariquita, a última que restava do clã, morreu em 2017.

Secretária municipal de Cultura de Caetanópolis, Marilene Araújo acredita que, com a homenagem, o país não terá mais dúvidas de que Clara é filha da cidade. “Muita gente ainda acredita que ela é de Paraopeba, município próximo.”

A Portela será a terceira escola a entrar na Sapucaí, na segunda-feira de carnaval. O enredo será apresentado em 28 alas, com cinco carros alegóricos, um tripé e aproximadamente 3.400 componentes. No barracão, o nome de quem representará Clara Nunes ainda é segredo, mas os pais dela, Manuel e Amélia, serão representados pelos atores Gloria Pires e Orlando Moraes. O custo do desfile está orçado em R$ 8 milhões.

Segundo Fábio Pavão, membro da direção de carnaval da escola e presidente do conselho deliberativo, a Portela busca cada vez menos a sobrevivência pela verba pública. “Tem sido assim nos últimos cinco anos,  com a ampliação na forma de captação de recursos, como eventos da quadra, projetos de branding para valorizar marcas. E, claro, estamos procurando nos adequar para enfrentar o momento atual do país”.

Entre as novidades deste ano, está o convite feito pela Portela ao estilista francês Jean Paul Gaultier para desenhar fantasias de ala no setor dos antigos carnavais. Ele passou alguns dias no Rio de Janeiro e foi acompanhado pela carnavalesca Rosa Magalhães.

ENSAIOS Rosa é um dos nomes mais importantes do carnaval carioca e volta ao sambódromo pelo segundo ano consecutivo no posto de carnavalesca da azul e branco de Oswaldo Cruz, zona Norte do Rio. Apesar da proximidade com o desfile, Rosa leva uma vida tranquila que ainda não exige sua mudança para o barracão. “Pela manhã, vou ao banco, por exemplo, e organizo coisas de casa. E planejo algumas coisinhas do desfile. À tarde, vou para o barracão”, diz ela, cuja grande emoção até agora “é ver a comunidade cantando o samba e se emocionando durante os ensaios”.

A história dos desfiles memoráveis do Grupo A passa por Rosa Magalhães, que começou a trajetória em 1971, com o enredo Festa para um rei (Pega no ganzê), no Salgueiro. “Estava na Faculdade de Belas Artes ainda. Acabei sendo chamada para fazer os figurinos no lugar de uma amiga, que teve que se afastar do processo, pois estava grávida. Lembro que comprei ingresso de arquibancada e fui ver o desfile pela primeira vez naquele ano. Agora, estou perto de completar 50 carnavais de atividade”, relembra ela.
Rosa coleciona oito títulos de campeã, entre eles o do Império Serrano em 1982, com o inesquecível Bumbum paticumbum prugurundum, e o mais recente, de 2013, com A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um..., com a Vila Isabel.

Assim como a grande maioria dos técnicos de futebol, a carnavalesca também prefere não revelar sua escola do coração. “Sim, é melhor” (risos), responde ela, por e-mail.

NA PONTA DA LÍNGUA
Confira o samba-enredo em homenagem à cantora mineira


Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá
Autores do samba-enredo: Jorge do Batuke, Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, Beto Aquino, Claudinho Oliveira, José Carlos, Zé Miranda, D’Souza e Araguaci

Axé... sou eu
Mestiça, morena de Angola, sou eu
No palco, no meio da rua, sou eu
Mineira, faceira, sereia a cantar, deixa serenar
Que o mar... de Oswaldo Cruz a Madureira
Mareia... a brasilidade do “Meu lugar”
Nos versos de um cantador
O canto das raças a me chamar
De pé descalço no templo do samba estou
É rosa, é renda, pra Águia se enfeitar
Folia, furdunço, ijexá
Na festa de Ogum Beira-mar
É ponto firmado pros meus orixás

Eparrei Oyá, Eparrei...
Sopra o vento, me faz sonhar
Deixa o povo se emocionar (refrão)
Sua filha voltou, minha mãe

Pra ver a Portela tão querida
E ficar feliz da vida
Quando a Velha Guarda passar
A negritude aguerrida em procissão
Mais uma vez deixei levar meu coração
A Paulo, meu professor
Natal, nosso guardião
Candeia que ilumina o meu caminhar
Voltei à avenida saudosista,
Pro azul e branco modernista... eternizar
Voltei, fiz um pedido à Padroeira
Nas cinzas desta quarta-feira... comemorar

Nossas estrelas no céu estão em festa
Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá
No canto de um sabiá (refrão)
Sambando até de manhã
Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã

Três perguntas para...
ROSA MAGALHÃES
carnavalesca


Como é desenvolver o enredo que presta homenagem a uma das figuras mais admiradas na Portela? 
É um enredo muito especial. A Clara deixou um grande legado para o samba, para a MPB e para a Portela. O portelense tem uma relação muito bonita com ela. O enredo foi baseado no livro do Vagner Fernandes (Clara Nunes, guerreira da utopia) e em outras fontes também. Qualquer pessoa gosta do trabalho dela. Minha música preferida dela é Guerreira.

Qual a contribuição de Jean Paul Gaultier ao desfile da Portela e à sua premiada carreira de carnavalesca? 
Para mim, é uma honra poder desenvolver um trabalho ao lado do Jean Paul. Desenhamos juntos a fantasia de uma das alas. Cada um deu suas contribuições, e eu tentei deixá-lo bem à vontade. Ele veio ao barracão, primeiro. No dia seguinte, participamos de uma feijoada. No terceiro dia, almoçamos juntos mais reservadamente e conversamos bastante. Sobre a obra dele, o que mais acho legal é o fato de ele produzir figurinos para grandes espetáculos de teatro e de música.

Desenvolver um enredo em tempos tão apertados, em que todo tipo de economia é uma exigência, estimula a criatividade ou faz a tensão se tornar maior? 
Está sendo um ano muito difícil para todas as escolas, mas elas vão se superar. Cada uma vai fazer o que sabe de melhor.
03/02/2019