Blog Clara Nunes: julho 2018

25 julho 2018

livro: "O mistério da terra de Clara Nunes" !

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A partir de 10 de agosto, a obra poderá ser adquirida nas principais livrarias do país.
Adriana Andrade é uma das idealizadoras do Festival Clara Nunes juntamente com
o prefeito Romário Vicente.
Confiram os lançamentos já agendados:

Edna Pires está com Newton Vieira e outras 48 pessoas.

Romario Vicente Alves Ferreira,Adriana Andrade,Jones Silva
Tudo começou quando o prefeito Romário Vicente me disse que, caso fosse eleito, um de seus projetos para a cultura seria um livro com a história de Clara Nunes. Para nossa surpresa e alegria, ele nos escolheu: Eu, Adriana Andrade e Jones Silva para desenvolvermos essa obra. Muito mais que um livro, esse projeto revelou a grande saga por detrás desta inesquecível e marcante cantora Brasileira e sua cidade. A história nos cativou e tenho certeza que irá cativar cada Caetanopolitano, cada Brasileiro e até mesmo os fãs de Clara Nunes que estão no exterior. Você se surpreenderá com os detalhes narrados desde os anos de 1700 até os dias atuais e, melhor, um enigma a ser desvendado não deixará você estagnar maravilhosa aventura. Caetanópolis é Linda! juntamente com seus mistérios, artistas e sua cultura iluminada. Agradecemos a todos que participaram desse projeto. Agradecemos a Madras Editora por acreditar e se envolver conosco nessa publicação.https://madras.com.br
À partir de 10 de Agosto o livro estará à venda nas principais livrarias do país.
Você é nosso convidado especial para os lançamentos que acontecerão:
-De 03 à 12 de Agosto - Bienal Internacional do Livro no Anhembi. SP
- Dia 10 de Agosto - Na casa de Cultura Clara Nunes em Caetanópolis - MG
- Dia 25 de Agosto - Na livraria da Rua, Savassi, Belo Horizonte as 11 horas.
- Dia 01 de Setembro - Quadra da Portela, Madureira - RJ à partir das 13 horas.
- Dia 13 de Setembro - Blulivro - Blumenau 19 Horas.


JÁ ME EMOCIONEI POR ANTECIPAÇÃO
NO DIA DO ESCRITOR, UMA NOTÍCIA FANTÁSTICA

Muito feliz e emocionado por ser homenageado como personagem nesta obra que fala magnificamente da imortal Clara Nunes e de Caetanópolis, sua terra, que considero também minha pelo ‘jus cordis’, o direito do coração.
Profunda gratidão aos autores, amigos e mestres Adriana Andrade, Edna Pires e Jones Silva.
Parabéns ao amigo prefeito Romário Vicente e à Madras Editora! Eles depositaram confiança no projeto que resultou na publicação:https://madras.com.br/ .
A partir de 10 de agosto, a obra poderá ser adquirida nas principais livrarias do país.
Confiram os lançamentos já agendados:

- De 3 a 12 de agosto – Na Bienal Internacional do Livro no Anhembi – São Paulo/SP;
- 10 de agosto – 20h - Na casa de Cultura Clara Nunes em Caetanópolis/MG;
- 25 de agosto – 11h - Na Livraria da Rua – Savassi - Belo Horizonte/MG;
- 1º de setembro – A partir das 13h – Na Quadra da Portela em Madureira – Rio de Janeiro/RJ;
- 13 de setembro – 19h - Blulivro – Blumemau/SC.

No Dia do Escritor, não poderia haver notícia melhor!


10/08 - 20h

CAETANÓPOLIS

Lançamento do Livro “O Mistério da Terra de Clara Nunes” dos autores Adriana Andrade, Edna Pires e Jones Silva
    http://www.festivalculturalclaranunes.com.br/

23 julho 2018

13º Festival Cultural Clara Nunes em Caetanópolis-MG


13º ano do Festival Cultural Clara Nunes 




                                    Festival Cultural Clara Nunes

            O Festival Cultural Clara Nunes é realizado em Caetanópolis desde 2006 
                em homenagem à cantora Clara Nunes, nascida na cidade. 
             O evento acontece em agosto e é uma realização da Secretaria 
   de Cultura da cidade, com patrocínio dos comerciantes e entidades da região.


                                                         13º Festival  -  11 a 19 de agosto de 2018


                Principais shows - aberto ao público 

                      


                  Dia 17 de agosto - Roberta Campos





                                          Dia 18 de agosto - Renato Teixeira e Sérgio Reis



                                        dia 19 de agosto - Velha Guarda da Portela

        


           

13 julho 2018

Revista Encontro - Portela 2019



Clara Nunes é o enredo da Portela para o Carnaval de 2019

Escola de samba carioca homenageará a cantora mineira, que é um dos símbolos da agremiação


 por Marcelo Fraga  13/07/2018 09:26


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Indalécio Wanderley/O Cruzeiro/EM/D.A Press

A cantora mineira Clara Nunes, uma das principais artistas da MPB, será homenageada pela escola de samba carioca Portela no Carnaval do ano que vem (foto: Indalécio Wanderley/O Cruzeiro/EM/D.A Press)
Uma das principais cantoras da história da Música Popular Brasileira (MPB), a mineira Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, mais conhecida como Clara Nunes, será homenageada em 2019 por uma das escolas de samba mais tradicionais do país, a Portela, que venceu 22 vezes o Carnaval do Rio de Janeiro. Com o enredo Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar uma Sabiá, a carnavalesca e professora de Belas Artes Rosa Magalhães tem a missão de relembrar a relação carinhosa entre Clara, o samba e a "azul e branco" de Madureira, bairro da zona norte da capital fluminense.

A cantora mineira morreu precocemente, aos 40 anos, deixando um inestimável legado para a MPB. Foi a primeira artista a alcançar a marca de 100 mil discos vendidos no Brasil. Essa consagrada carreira passa, também, pela paixão de Clara Nunes pela Portela. A sambista desfilou na escola por diversas vezes; foi madrinha da velha-guarda; e regravou dois sambas-enredos da agremiação carioca, que se tornaram grandes sucessos em sua voz. São eles: Ilu Ayê – Terra da Vida, de 1972; e Macunaíma, Herói de Nossa Gente, de 1975. Além disso, a versão mais famosa do samba-exaltação Portela na Avenida ficou marcada com a interpretação da artista mineira, sendo uma das músicas mais ouvidas do penúltimo disco lançado por Clara, em 1981.

Segundo Luis Carlos Magalhães, presidente da escola de samba de Madureira, a importância de Clara Nunes para a Portela é inestimável. "Ela alcançou e formou apaixonados pela Portela em lugares onde ninguém imaginava. Clara foi capaz de despertar a paixão das pessoas pela escola de uma forma incrível. Clara, hoje, é a representação da emoção para os portelenses", destaca o dirigente.

Além disso, Luis Carlos revela que a ideia de homenagear Clara Nunes na Marquês de Sapucaí em 2019 vem de uma exigência antiga dos próprios portelenses. Aproveitando a comemoração dos 95 anos da Portela, completados em abril deste ano, e a lembrança dos 35 anos da morte da cantora mineira, no mesmo mês, o pedido da comunidade foi atendido pela diretoria da agremiação carioca.

O presidente da Portela fala, ainda, sobre a expectativa pela conquista do 23º título do Carnaval do Grupo Especial do Rio de Janeiro: "Tenho certeza de que faremos um belo desfile, pois o enredo está tendo uma repercussão que nunca vi em toda a história do Carnaval. Desde que anunciamos que iríamos falar de Clara, fomos abraçados, não só pelos portelenses, mas também por toda a comunidade do samba".

Luiz Antônio/CB/D.A Press

Clara Nunes costumava se apresentar com roupas brancas e colares dos orixás, em referência à sua conversão à umbanda e à paixão pela religião afro-brasileira (foto: Luiz Antônio/CB/D.A Press )

Desfile

Em relação aos fatos da vida de Clara Nunes que a escola pretende levar para a Sapucaí, no desfile de 2019, Luis Carlos Magalhães diz que a ideia não é fazer uma remontagem bibliográfica da carreira da cantora mineira, mas sim, mostrar "o quanto ela representa a cultura brasileira". O dirigente portelense lembra que essa "brasilidade" dela está diretamente relacionada com o bairro de Madureira, local que despertou na sambista a ligação com a cultura popular e com a religiosidade: Clara passou a ser devota das religiões afro-brasileiras e se converteu à umbanda. Ela, que jamais escondeu a fé nos orixás, passou a ser frequentadora assídua de um terreiro de umbanda no Morro da Serrinha, no Rio, a partir da década de 1970.

A infância da cantora, no interior de Minas Gerais, e sua paixão pela Portela também estarão destacadas no desfile, garante Luis Carlos Magalhães.

História

Clara Nunes nasceu no município de Caetanópolis (MG), cidade localizada a 96 km de Belo Horizonte, em 12 de agosto de 1942 – na época, o município era distrito de Paraopeba. Durante a juventude, morou na capital mineira, onde trabalhou na fábrica de tecidos da Cedro e começou a cantar na rádio Inconfidência. Em pouco tempo, sua voz marcante e extremamente afinada chamou a atenção.

Ela ganhou um concurso de canto e, como prêmio, foi contratada pela gravadora EMI-Odeon. Nos anos 1970, partiu para o Rio de Janeiro, berço de grandes artistas brasileiros da época. Foi na capital fluminense que se aproximou do samba e construiu a carreira gloriosa, tornando-se um dos ícones da MPB.

Para tristeza dos fãs, depois de dar entrada na clínica São Vicente, no Rio, no dia 2 de abril de 1983, para fazer uma simples cirurgia de varizes, Clara Nunes acabou sofrendo de choque anafilático devido à anestesia. Pouco depois, sua morte foi anunciada e causou comoção nacional, pondo fim à carreia, que estava em pleno auge.

https://www.revistaencontro.com.br/canal/encontro-indica/2018/07/clara-nunes-e-o-enredo-da-portela-para-o-carnaval-de-2019.html

11 julho 2018

A sinopse da PORTELA 2019- Clara Nunes

A Sinopse Da Portela Para O Carnaval 2019


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Vagner Fernandes ( jornalista,escritor)
Apesar de todo o envolvimento emocional que um enredo sobre Clara Nunes impõe aos apreciadores da artista e, em especial a mim por questões óbvias, optei pelo afastamento de quaisquer possibilidades de disputa de samba-de-enredo na Portela para a escolha do hino de 2019 da escola. O motivo é simples: muitos a mim têm recorrido em busca de informações consistentes que possam respaldá-los para a construção de uma bela obra. Logo, não lançaria mão jamais da omissão intencional de minhas considerações e visão sobre o personagem por estar participando de um processo de escolha de samba. Decidi pôr de lado o furor criativo, o coração em chamas ávido por lirismo e poesia para me colocar a serviço do coletivo.
Sim, houve um ensaio inicial com uma turma aguerrida de compositores com vistas à construção de uma obra convincente. Mas a heterogeneidade de percepções acerca do personagem e de sua importância histórica no que tange à quebra de paradigmas no mercado fonográfico e à sua proposta libertária por meio da arte, me fez recuar. Creio que a minha colaboração deva se traduzir justamente na tentativa de elucidar para todos, indistintamente, quem é essa mulher que perpassa gerações com uma obra atemporal e indelével. Há compositores, atualmente, de vinte e poucos anos, com referência unicamente imagética da cantora. Clara morreu há 35 (em 1983). Portanto, o que esses jovens compreendem do personagem certamente está associado à superficialidade da representação estético-visual e sonora que carregam sobre a intérprete. Intuo que é missão dar-lhes ferramentas para mergulhar em sua vida e obra com a devida precisão. É importante compartilhar conhecimento. Seria mesquinhez usar a informação, neste momento, como artifício contra o adversário.
A vitória é a meta, a coroação maior dos festejos de 95 anos de fundação da escola. A agremiação precisa de uma obra poética, que reverencie Clara à altura de sua significância; que proponha um resgate de tradições sem concessões ante a propostas que possam levar à vulgarização de um projeto tão singular. Não cabem mais os desqualificados “sambas de demanda”, costurados por versos repletos de clichês com bordões do naipe de “é melhor me respeitar”, “o couro vai comer”, “Não sou de brincadeira”. Tornou-se lugar-comum também a recorrência a construções descontextualizadas que buscam gratuitamente, tão e somente, provar certa supremacia, como “Minha águia altaneira”, “sou de Oswaldo Cruz e Madureira”, “O meu coração é azul e branco”, “Chegou a majestade do samba”. Que a ode a Clara e à Portela se faça com maestria, pautada por metáforas, sem obviedades, com preponderância lírica. Que a representação das subjetividades seja valorizada. Que se dane o cartesianismo de uma falsa métrica detratora das emoções. Ninguém aguenta mais correr na avenida com uma bateria em 148/149bpm. Quem foi que disse que para desfilar na avenida em 75 minutos atualmente precisa “liquidificar” componente? 
A Portela sempre foi pioneira. Precisa mostrar-se também na vanguarda resgatando o Carnaval que nos roubaram, provando que é celeiro de resistência e que pode fazer uma passagem arrebatadora sem render-se ao sistema. Para isso, importante implantar ações de caráter endógeno, que se iniciem no coração da escola, na sensibilização de cada segmento e componente. Torço, verdadeiramente, para que a direção da Portela repudie, de forma veemente, sambas em disputa que sejam meras colagens de trechos de canções gravadas por Clara. Outras escolas consagraram campeãs obras desta natureza para retratar personagens biografados na avenida. Torço para que a direção da Portela passe o facão em projetos com “Clara clareia na beira do mar é sereia”, “Quando eu vim de Minas trouxe ouro em pó”, “E agora você passa, eu acho graça”, “Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar!”, “É água no mar, é maré cheia”, “Portela, é a deusa do samba, o passado revela”. Eu não tenho dúvidas de que brotarão obras concorrentes partindo dessa premissa. Para discorrer sobre Clara, há que se banir o óbvio. Para retratar Clara é preciso compreender o contexto sociopolítico de sua arte libertária. Para reverenciar Clara é imprescindível ter o entendimento da natureza de sua poesia e também de sua simbologia nas relações identitárias que unem o Brasil ao continente africano. 
Sempre fora um personagem afrofuturista muito antes de o conceito pautar discussões no país. Não basta ter samba para sacudir folião. É preciso obra que reacenda o interesse dos compositores pela primazia poética, é trazer de volta para a boca-de-cena o que a Portela (e outras escolas) está deixando na coxia. O enredo sobre a Clara pode traduzir essa retomada, esse reencontro com a nossa verdade, com a nossa história. Madureira a moldou em sua brasilidade, mas foi a África quem, de fato, a pariu. Como também pariu a todos nós. A hora é essa.



SINOPSE DO ENREDO

‘Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá’
A Portela vai apresentar no carnaval de 2019 uma homenagem à cantora Clara Nunes, ressaltando a diversidade e a atualidade de sua trajetória biográfica e seu vasto e plural repertório musical, constituído de sambas-canção, sambas-enredo, partidos-altos, marchas-rancho, forrós, xotes, afoxés, repentes e canções de influência dos pontos de umbanda e do candomblé. Para isso, pretende sair do lugar-comum das narrativas sobre sua vida ou de uma colagem de títulos de sua discografia. Nossa escola exalta a importância cultural de Madureira, das festas, terreiros e do contagiante carnaval popular, enfatizando a contribuição do bairro para a formação da identidade que caracterizou Clara Nunes: a brasilidade.
O meu lugar,
tem seus mitos e seres de luz.
É bem perto de Oswaldo Cruz*
Em 1924, no primeiro carnaval da Portela, fundada em abril do ano anterior, o coreto de Madureira, criado pelo cenógrafo José Costa, reproduzia a imponente Torre Eiffel. Visitando o bairro na companhia de alguns amigos, Tarsila do Amaral não apenas eternizou aquela imagem numa tela, como também mostrou para seus pares modernistas que as festas populares do nosso subúrbio incorporavam os mais diversos elementos culturais. Sem dúvida, Madureira sempre teve um ar moderno, como a própria trajetória de Clara Nunes, que parece ter emergido de uma obra modernista, como se fosse uma tela da Tarsila: a Mineira representa a mais plural expressão da brasilidade. Morena. Mestiça.
Porque tem um sanfoneiro no canto da rua,
fazendo floreio pra gente dançar,
tem Zefa da Porcina fazendo renda
e o ronco do fole sem parar**
Clara nasceu no interior mineiro, num lugar que hoje se chama Caetanópolis. Ainda menina, trabalhou numa fábrica de tecidos para conseguir sobreviver, mas seu destino já estava traçado. Tinha como missão cantar o Brasil!  Ao longo da infância, conheceu de perto as tradições culturais e as festas folclóricas interioranas, certamente recebendo influência de seu pai, Mané Serrador, mestre de canto de Folia de Reis e violeiro dos sertões das Gerais.
Sua brasilidade, como herança de sua origem, sempre valorizou a diversidade regional de nosso país. A voz de Clara fez ecoar os ritmos do povo, na saborosa confusão dos mercados populares, seja do nordeste ou de qualquer outro recanto desta nação.
Alçando voos mais ousados, Clara mudou-se para Belo Horizonte, onde participou de concursos, realizou os primeiros trabalhos artísticos e conquistou espaço nos meios de comunicação.  Chegando ao Rio de Janeiro, seguiu fazendo sucesso e conheceu o misticismo que aflorava em Madureira, incorporando-o à sua identidade.
Sou a Mineira Guerreira,
filha de Ogum com Iansã***
Até então, a artista cantava principalmente boleros e sambas-canções. Após ter contato com o ancestral universo afro-brasileiro de Madureira, a mineira se transformou igual ao céu quando muda de cor ao entardecer. E nunca mais foi a mesma: visitou os terreiros, quintais e morros de Oswaldo Cruz e Madureira, vestiu-se de branco, incorporou colares, turbantes e contas, cantou sambas e pontos de macumba. Seu repertório se expandiu. A imagem de Clara evocando os Orixás, irmanada ao povo de Santo, eternizou-se na memória de seus fãs. Ela se tornou a Guerreira que não temia quebrantos, dançando feliz pelas matas e bambuzais, sambando descalça nas areias da praia, unindo a essência negra de Angola ao subúrbio carioca. E assim, sua voz rapidamente se espalhou. Seu canto correu chão, cruzou o mar, foi levado pelo ar e alcançou as estrelas. Uma força da natureza que brilhou como um raio nos palcos e terreiros, iluminando o coração dos portelenses. Nada disso foi por acaso.
Portela, sobre a tua bandeira
esse divino manto.
Tua Águia altaneira
é o Espírito Santo
no templo do samba****
Desde que foi fundada, a Portela tem uma presença significativa de elementos típicos do mundo rural, trazidos pelo povo simples do interior, sobretudo do interior de Minas Gerais, mesclados à negritude que vibrava em Madureira. Talvez tenha sido por isso que a identificação de Clara com a Portela foi imediata. Ela sempre ocupou posição de destaque nos desfiles, é madrinha da Velha Guarda e até puxou sambas-enredos na avenida.  Ela e os portelenses, famosos e anônimos, sempre caminharam de mãos entrelaçadas, voando nas asas da Águia.
Um dia, inesperadamente ela partiu. Trinta e cinco anos se passaram desde então. A dor da saudade sempre reverberou no coração de todos, tornando-a uma estrela ainda mais cintilante.
Agora está na hora de a Guerreira reencontrar seu povo mestiço, para mais uma vez brilhar na avenida. Vestida com o manto azul e branco e a Águia a lhe guiar, voa minha Sabiá.
Até um dia!
Carnavalesca: Rosa Magalhães
Sinopse: Fábio Pavão e Rogério Rodrigues