Clara Nunes 13/08/2012 | 00h30
TV Brasil
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Clara Nunes
duas linhas, por mais paradoxais que pareçam, resumem a vida e a obra de Clara Nunes, do primeiro disco, A voz adorável de Clara Nunes, de 1966, em que ela cantava ...
Sábado, 11/08/2012 - 21:30
A trajetória da cantora de todos os gêneros que
estaria fazendo 70 anos
Mineira de Paraopeba, filha de violeiro cantador de Folia de
Reis, o primeiro palco de Clara foi o altar da igreja católica, onde participava
do coral. Estas duas linhas, por mais paradoxais que pareçam, resumem a vida e a
obra de Clara Nunes, do primeiro disco, A voz adorável de
Clara Nunes, de 1966, em que ela cantava boleros, à consagração como
cantora de gêneros brasileiros e sua morte em 1983, aos 40 anos de idade.
O que sobressai na história de Clara, tanto quanto o talento
de assinar vocalmente qualquer gênero musical, é o inevitável paralelo entre
suas trajetórias artística e religiosa. A atração inicial pela música
estrangeira, pouco a pouco vai cedendo lugar aos ritmos africanos herdados do
pai, quando se muda para o Rio de Janeiro e faz a primeira viagem à África.
O casamento com o produtor Adelzon Alves cristaliza a imagem
da cantora de Umbanda, na medida em que ele trabalha o repertório e divulga sua
ligação com as matrizes da música afro-brasileira. Esta é a grande fase da
carreira de Clara Nunes em que ela é reconhecida como a artista que traz para o
disco e leva para o palco a estética do povo-de-Santo. Nas viagens pelo Brasil e
exterior, Clara Nunes é garantia de bilheteria, seja nas casas de shows ou nos
teatros. É a primeira cantora da sua época a vender mais de quatro milhões de
LPs e acumular 18 discos de ouro.
A partir de 1975, quando Paulo César Pinheiro passa a cuidar
de sua carreira, Clara Nunes muda radicalmente a estética de seu trabalho. O
olhar centrado na africanidade dos terreiros é ampliado para o universo do
samba. Volta-se, também, para a religiosidade que havia deixado na terra natal.
Daí até a morte acidental, tudo na vida de Clara se transforma em mito.
Neste Musicograma, a trajetória entre o
sagrado e o profano é evidenciada em registros feitos no Estúdio 3 da TVE, nos
anos 70, e nos clipes gravados no Parque da Cidade, Rio de Janeiro, para o
programa É preciso cantar, com direção de Luiz Carlos Pires, também
diretor do Musicograma, e fotografia de José Guerra, o lendário
“Guerrinha”.
Horário(s) do episódio
Nacional
11/08/12 às 21:30
13/08/12 às 00:30
http://tvbrasil.ebc.com.br/musicograma/episodio/clara-nunes
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