Blog Clara Nunes: Prêmio da Música Brasileira

29 junho 2009

Prêmio da Música Brasileira

Tarde cheia de música e diversão
Artistas como Zeca Pagodinho e Emílio Santiago se reúnem em ensaios para Prêmio de Música, que acontece quarta-feira
POR KAMILLE VIOLA, RIO DE JANEIRO
Rio - Zeca Pagodinho toma cerveja, levanta, volta, não para quieto. Na mesa, estão o empresário José Maurício Machline e o cantor Emílio Santiago. É uma quinta-feira chuvosa no Estúdio Floresta, no Cosme Velho. Estão ali para ensaios do Prêmio de Música, levado à frente por Machline, que terá sua premiação quarta-feira.Em sua 20º ano, o prêmio realiza a primeira edição após perder o patrocinador. A premiação acontece no Canecão e homenageia a cantora Clara Nunes, morta em 1983. “Estou fazendo com recursos próprios e com a ajuda de amigos que estão cedendo o trabalho gentilmente”, conta Machline. “Eu estava devendo isso à Clara”, explica ele. “O problema do brasileiro é que ele não tem memória. O prêmio faz com que você traga à baila a obra de um artista importante. Daqui a pouco ninguém mais vai saber quem foi Dorival Caymmi”, acredita. -
“Ela foi uma das maiores intérpretes que o Brasil já teve”, elogia Machline. “Única”, completa Zeca. “Tinha uma luz. Tem gente que é artista mas não tem aquela pegada. É como Beth Carvalho. Quando ela entra no palco, não tem para ninguém. Como Sandy. Aquela menina no palco é uma santa”, elogia o sambista, que cantará ‘Menino Deus’ na premiação. Emílio Santigo, que interpretará ‘Alvorecer’, entrou de última hora. “O prêmio estava todo resolvido e eu liguei para o Machline e perguntei por que não ia cantar na homenagem a Clara”, contou ele no ensaio. “Ela era minha amiga íntima. Tenho uma saudade, muitas recordações”, diz ele.
O cantor derrete-se em elogios. “Eu a adorava. E é o primeiro prêmio que o Zé faz sozinho, eu gosto e o admiro muito. Aí juntou a fome com a vontade comer”, explica Emílio. “No meu caso, é juntar a sede com a vontade de beber”, brinca Zeca. “Eu queria ter gravado com a Clara aquela música ‘Amargura’, que o Fundo de Quintal gravou. Fui encontrar com ela uma vez na Portela, mas ela já tinha ido. Logo depois, morreu”, lamenta.
A cerimônia de premiação terá 10 números com sucessos eternizados pela cantora interpretados por outros artistas, todos acompanhados da banda comandada pelo maestro Rildo Hora — como nos outros anos. Maria Bethânia, por exemplo, cantará ‘Conto de Areia’. Os atores Ney Latorraca e Alessandra Maestrini interpretam ‘Brasileiro Profissão Esperança’. Já Alcione vem com ‘Sem Companhia’ e Arlindo Cruz e Altay Veloso relêem ‘Mineira’.
“A importância da Clara Nunes estava na voz, na maneira de se apresentar, o sorriso, a cadência. Escolhia bem os músicos, os compositores. Ela não era uma pessoa ‘de bobeira’, resume Zeca.
Transcrito: O dia Online

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